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Servidores param o trânsito

24 de maio de 2007

 

Minutos depois da passeata realizada pelo Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), o trânsito da Avenida Conde da Boa Vista e de ruas próximas, no Centro do Recife, voltou a ser interrompido, ontem, por outro protesto. Servidores públicos federais, municipais, estaduais, estudantes, empregados da iniciativa privada e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se uniram em um movimento que saiu por volta das 16h da Praça Oswaldo Cruz, na Boa Vista, até o Pátio do Carmo. Todo o percurso foi realizado em cerca de duas horas. Aproximadamente duas mil pessoas participaram do segundo manifesto, de acordo com os organizadores. Ao contrário do primeiro ato, a caminhada transcorreu de forma pacífica.

A passeata foi organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e pela Nova Central Sindical, como parte de um movimento nacional contra a Emenda 3. Os trabalhadores defendem a manutenção ao veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao recurso, que restringe a atuação dos auditores fiscais do trabalho no momento de autuar as empresas que contratam pessoa jurídica no lugar de empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O Congresso Nacional quer derrubar o veto.

Parlamentares, empresários e governo querem, agora, construir uma alternativa à Emenda 3, mas a CUT não aceita isso”, ressalta Sérgio Goiana, presidente da Central em Pernambuco. “Aceitar a Emenda é rasgar a CLT, é não garantir mais qualquer direito ao trabalhador e centralizar renda”, argumenta José Carlos Oliveira, coordenador-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Pernambuco (Sindsep). De acordo com Oliveira, o Sindicato levou cerca de 200 pessoas à passeata.

Como o movimento reuniu diversas entidades, a ocasião serviu também para apresentar outras reivindicações. Os funcionários públicos federais pediram a retirada do Projeto de Lei nº1, que está no Congresso Nacional. A matéria cria um limite anual de crescimento da folha de salários equivalente a 1,5% mais a inflação. Outros itens que integraram a pauta de protestos foram a criação de uma previdência social pública e universal, mudanças na política econômica, realização de uma reforma agrária e promoção da educação pública de qualidade.

Entre as diversas categorias que engrossaram o movimento estavam bancários, trabalhadores da indústria de bebidas, químicos, trabalhadores da construção civil, funcionários do Incra, professores do Estado, servidores administrativos do Estado, professores de Jaboatão dos Guararapes e previdenciários.

A passeata de ontem foi a segunda promovida este ano no Estado contra a Emenda 3. A primeira aconteceu no dia 30 de abril.

Fonte: Jornal do Commercio

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