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Procuradoria tenta tirar PE da lista de devedores

25 de maio de 2006

 

A Procuradoria Geral do Estado (PGE) entrou ontem com uma ação cautelar no Supremo Tribunal Federal (STF), com pedido de liminar, para retirar o estado do Cadastro Único de Exigências para Transferências Voluntárias do Sistema Integrado de Administração Financeira (CAUC/Siafi) do Governo Federal. Desde o abril que Pernambuco está inadimplente, impedido de receber recursos de convênios federais e de contratar operações de crédito. O motivo da penalidade é a pendência na prestação de contas do convênio nº 085/90 firmado em 1990 com o Fundo Nacional de Saúde (FNS). Para sair do cadastro, o estado terá que devolver R$ 154 milhões ao Tesouro Nacional.

  O convênio que está sendo questionado pela Secretaria do Tesouro Nacional tinha o valor inicial de R$ 18 milhões. O contrato foi assinado em dezembro de 1990, no governo Arraes, e aditado várias vezes até junho de 1998, durante a gestão de quatro secretários de Saúde. A diretoria executiva do FNS rejeitou a prestação de contas e apontou várias irregularidades, entre elas, a ausência de extratos bancários e de documentos que comprovem a movimentação dos recursos. O convênio conhecido como Projeto Nordeste tinha como foco a melhoria das ações de saúde básica.

  O procurador geral-adjunto do estado, Roberto Pimentel, explica que a própria legislação do FNS permite que seja feita uma tomada de contas especial para esclarecer os pontos divergentes da prestação de contas. Em sua avaliação, a inclusão de Pernambuco no cadastro de inadimplentes é indevida porque o processo administrativo prossegue com o prazo para a apresentação da defesa. “Enquanto não for concluída a tomada de contas, o estado não pode permanecer no cadastro de inadimplentes”, ressalta. O Tesouro Nacional só quer liberar o CAUC/Siafi após o fim do processo.

Punição – Com a negativação no CAUC/Siaf, o estado deixou de receber R$ 41,6 milhões de recursos para o Porto de Suape e mais R$ 15 milhões para a duplicação da BR-232 referente ao trecho de São Caetano. As restrições do Tesouro Nacional não atingem asverbas para saúde, educação e os investimentos no social. A operação de crédito no valor de R$ 30 milhões para o Programa de Combate à Pobreza Rural (PCPR) está comprometida porque a condição de inadimplente proíbe a contratação de novos financiamentos.

  A secretária da Fazenda, Maria José Briano, diz que a inscrição no cadastro de inadimplentes é provisória. Segundo ela, a maioria dos estados está com pendências porque “estão desenterrando convênios de mais de dez anos sem avisar aos governos”. Ela acrescenta que os estados pediram para flexibilizar a inclusão no CAUC/Siafi para evitar o engessamento dos governos. Segundo ela, a ação cautelar é uma medida preventiva para evitar a obstrução na liberação de recursos da União. Agora, o estado depende do ministro Sepúlveda Pertence, relator do processo no STF.

Fonte: Diário de Pernambuco

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