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Aposentado acumula perdas de 75%

24 de janeiro de 2012

Hoje,
Dia dos Aposentados, esse segmento da população assiste, mais uma
vez, o começo de um filme ruim reprisado anualmente desde 1994.
Cerca de 9 milhões de trabalhadores que penduraram suas chuteiras
com um benefício acima do salário mínimo (R$ 622) acumulam desde
aquele ano perdas de aproximadamente 75%. O custo de vida aumenta,
mas a aposentadoria dessa parcela dos segurados recebe apenas a
variação da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC). Agora em 2012, apesar das promessas de novas
negociações do governo federal feitas no final do ano passado,
nenhuma conversa oficial foi agendada.

A
questão do reajuste real das aposentadorias acima do mínimo é tida
como fundamental para a categoria, explica o diretor de Finanças da
Confederação Brasileira dos Aposentados (Cobap), Nelson Ozório. “O
trabalhador se aposentou anos atrás com oito salários. O fator
previdenciário já reduz o benefício entre 30% e 40%. E, em três
ou quatro anos, o valor está bem menor. Valorizamos a política de
reajuste do salário mínimo, mas ao longo da vida, quem contribuiu
em cima de dez salários, quer receber ao longo de sua aposentadoria,
dez salários”, comentou.

Na
prática, cada vez mais os valores que antes equivaliam a pouco mais
que um salário mínimo, ficam mais próximos do piso. Segundo dados
do Ministério da Previdência Social, aproximadamente 311 mil
aposentados se viram nessa situação no ano passado.

Um
estudo realizado pela Cobap aponta como modo viável de recuperação
das perdas vincular o reajuste de quem recebe acima do mínimo ao
aumento da arrecadação federal. “Isso traria hoje um ganho real de
7% para os aposentados”, contabiliza Ozório.

Os
argumentos do governo para empurrar essa discussão moram lá fora:
extraoficialmente, há um temor de que os reflexos da crise
internacional no Brasil sejam mais severas, portanto, qualquer medida
que aumente os gastos estaria suspensa.

Além
disso, há outro fator político determinante. O Poder Executivo
federal está todo empenhado em aprovar o mais rápido possível o
fundo complementar para os servidores federais no Congresso, apontado
como saída para reduzir o déficit de R$ 56 bilhões registrado ano
passado no pagamento de aposentadorias e pensões dos funcionários
públicos da União. Nesse contexto, as discussões sobre recuperação
nas perdas fica em segundo plano.

“Já
era para termos sentado e conversado com o governo. Nós, da Cobap, e
todas as centrais sindicais estamos esperando um comunicado para
voltar a discutir o assunto”, acrescentou Ozório. O reajuste dado
aos aposentados que recebem acima do mínimo foi votado nos 45
minutos do segundo tempo, no dia 6 de janeiro de 2012.

O
percentual de 6,08% acompanhou a variação do INPC de 2011 e
representa um aumento de R$ 7,6 bilhões nos gastos da Previdência.

Fonte: Jornal do Commercio

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