Marca SINDIFISCO Sindicato do Grupo Ocupacional Administração Tributária do Estado de Pernambuco

Notícias da Fenafisco

Ritmo de geração de emprego já é menor

6 de agosto de 2012

SÃO PAULO – ? A crise chegou ao mercado de trabalho. As empresas seguem ampliando o quadro de funcionários, mas o ritmo de criação de vagas perdeu fôlego e hoje é o mesmo do início da turbulência global em 2008. Foram geradas 858 mil novas vagas no primeiro semestre, 407 mil a menos comparado igual período de 2011, quando foram criados 1,265 milhão de postos de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

Descontando-se efeitos sazonais, o saldo entre admissões e demissões foi de 68 mil, segundo cálculos feitos pelo Bradesco. O patamar é similar aos 65 mil de novembro de 2008 e quase metade da média mensal de 115 mil vagas criadas no início do governo Lula, em janeiro de 2003. "?A desaceleração começa a ter impacto no mercado de trabalho"?, diz o economista da LCA Consultores, Caio Machado. ?"O emprego não foi atingido na mesma proporção pela crise, mas não se gera mais tantas vagas"?, acrescenta Clemente Ganz Lúcio, diretor do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos (Dieese).
 
Até agora, o mercado de trabalho parecia "?blindado"? contra a crise, graças ao crescimento da renda e ao bom desempenho das vendas no varejo. Com o recrudescimento da crise na Europa, a desaceleração na China, a queda dos investimentos e a inadimplência no Brasil, a confiança dos empresários foi abalada, reduzindo as contratações. A geração de vagas perdeu ritmo em todos os segmentos da economia, incluindo alguns que viviam um "?boom"?, como construção civil e comércio. A situação da indústria, que amarga altos estoques e produção estagnada, é a mais grave. Em junho, a indústria de transformação gerou metade dos 22,6 mil criados em junho de 2011. "?A perda de empregos não é alarmante, mas a situação da indústria já causa desconforto?", diz Vagner Freitas, presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT).
 
O quadro, no entanto, não é catastrófico, uma vez que não há demissões em massa, como em 2009, quando as empresas gastaram muito para demitir e depois recontratar, uma vez que economia se recuperou.
 
A taxa de desemprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), porém, se mantém na mínima histórica de 5,7%.
 
No segundo semestre, as medidas do governo para incentivar o consumo devem dar fôlego ao mercado. Mesmo assim, o total do ano deve ser fraco. Para o Bradesco, o País criará 1,26 milhão de novas vagas em 2012, abaixo da média de 1,55 milhão dos últimos cinco anos. "?O que preocupa é 2013. Se não houver uma reativação dos investimentos, será um ano completamente diferente"?, diz José Pastore, da Universidade de São Paulo (USP).
 
Os trabalhadores da construção civil, que até pouco tempo eram beneficiados por um "?apagão?" de mão de obra, começam a sentir o impacto da crise. O efeito ainda é pequeno comparado com o cenário preocupante enfrentado pela indústria, mas houve retração no ritmo de geração de novas vagas. Para a professora da FGV Ana Castelo, o problema da escassez de mão de obra diminuiu à medida que o setor reduziu seu ritmo de expansão. Na sondagem da construção civil feita pela fundação, o percentual de empresas que alegam escassez de mão de obra caiu de 52%, em julho de 2011, para 42,5%, mês passado. Desde 2006, a construção dobrou o número de funcionários, de 1,6 milhão para 3,4 milhões.

Fonte: Jornal do Commercio

Mais Notícias da Fenafisco