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Protesto cultural no Estelita

2 de junho de 2014

Milhares de pessoas de todas as idades estiveram ontem no terreno da antiga RFFSA, participando dos eventos de apoio ao movimento Ocupe Estelita. Os ativistas do movimento estão acampados no local desde o último dia 21. Eles protestam contra a implantação na área do Projeto Novo Recife, que prevê a construção de um complexo imobiliário no terreno instalado ao longo do Cais José Estelita, no Centro da capital. O público participou de vários eventos culturais ao longo do dia. Entre as atrações estavam shows de artistas como Karina Buhr e Siba. Os dois adotaram a bandeira da revisão do projeto aprovado pela Prefeitura do Recife para aquele local.

"Vim de São Paulo porque eu apoio o movimento. Tem um monte de outros projetos que são melhores, que podem trazer a convivência entre o espaço público e o privado", disse Karina, antes de sua apresentação no início da noite. Enquanto o som era tocado do lado de fora do terreno ocupado, na parte de dentro os visitantes podiam conferir uma série de atividades culturais e artísticas, como exposição de fotos, brechó, apresentação de grupo de maracatu e palestras de professores universitários que apoiam o movimento. Muitos pais levaram os filhos, que brincavam entre as barracas de camping e as rodas de música.

"A gente está muito feliz com tudo isso. Representa a adesão popular à causa e mostra que esse espaço tem vocação natural para receber as pessoas, para o uso coletivo. Mostra que o movimento não acontece apenas na internet e que há a ocupação na vida real também", considerou Chico Ludermir, integrante de um dos grupos que fazem parte do Ocupe Estelita.

Ludermir também destacou a adesão de professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) à causa. "Já tivemos palestras de professores como Paulo Cunha, que falou sobre cinema, além de exibição de filmes em outras noites. Outros participantes deram aulas de arquitetura e urbanismo", detalhou.

Antônio Paulo Rezende, professor do Departamento de História da UFPE, foi um deles. "Participei no sábado de um bate-papo. Eu acho que há muito entusiasmo em relação ao movimento. Ele trouxe um novo olhar sobre a questão dos problemas urbanos."

Vários artistas pernambucanos estiveram no palco improvisado, que foi montado pelo projeto Som na Rural, organizado pelo produtor cultural Roger de Renor. Os organizadores do movimento calculam que cerca de 5 mil pessoas estiveram no local. Toda a extensão do cais ficou ocupada por veículos, além do espaço sob o viaduto Capitão Temudo.

Fonte: Jornal do Commercio

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