Notícias da Fenafisco
Previdência privada cresce no vácuo da ineficiência pública
26 de dezembro de 2006
O mercado de previdência privada cresce no Brasil como forma de investimento de longo prazo e de garantia de uma renda maior na velhice. Hoje, a aposentadoria paga pelo INSS é limitada a oito salários mínimos e as projeções dos especialistas é que no futuro esse teto caia para cinco salários porque o poder público não teria condições de manter despesas tão elevadas. A previdência privada surge como a melhor saída para quem não quer viver com pouco e, diante do mau serviço do INSS, ganha adeptos que não querem se sujeitar às inseguranças, aos descasos e à rigidez das regras do sistema público. No último dia da série O calvário das aposentadorias, o JC mostra o crescimento desse mercado. Os textos são de Ines Andrade e Renato Lima.
“Você faria um seguro de automóvel com uma empresa que paga a quem não é segurado ou demora seis meses para reconhecer um sinistro? É isso o que se fala do INSS, correta ou incorretamente”, diz José Cechin, ex-ministro da Previdência Social. É nesse contexto de insatisfação generalizada contra o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) que a previdência privada ganha mais adeptos no Brasil, inclusive pessoas com salários mais baixos, que fazem um plano para pagar apenas R$ 50 por mês. São trabalhadores que não querem se sujeitar a uma aposentadoria limitada ao atual teto de R$ 2,8 mil pago pelo INSS, temem mudanças em seus direitos por causa de possíveis reformas previdenciárias e que também não querem depender de serviços mal prestados.
Apenas nos primeiros dez meses deste ano, no confronto com o mesmo período do ano passado, o volume de contribuições para a previdência privada cresceu 26%. São quase 8 milhões de planos e com perspectivas para alcançar os 12 milhões num prazo de três a quatro anos, segundo espera Renato Russo, diretor da Associação Nacional de Previdência Privada (Anapp) e vice-presidente de Previdência e Fundos de Investimento da Sul América. Russo acredita que o produto já está bastante popularizado e só não “bomba” por causa da baixa renda do brasileiro.
Mesmo que o atual governo evite uma reforma previdenciária, todos são unânimes em dizer que as mudanças são inevitáveis e que o regime público de aposentadoria pagará apenas benefícios de baixo valor. “A função do governo seria a de garantir ao cidadão, com base nos impostos arrecadados dos demais, um mínimo para o sustento. É o que acontece no Brasil com a assistência social e a aposentadoria rural, que são desvinculadas de contribuição. Já a privada faz a acumulação”, analisa o economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Estevão Kopschitz.
A garantia de um futuro tranqüilo levou a família Correia a bancar plano de previdência privada, desde 2003, para todos os três filhos. “Eu tive a iniciativa de propor. Pelo retrato de algumas famílias, percebi a importância de ter um futuro sem depender dos outros”, afirma o estudante de administração Romero Correia, 22 anos. O plano ainda é custeado pelos pais, mas a irmã mais velha, Fernanda Correia, paga uma parte porque ela decidiu aumentar a capitalização.
As vantagens da previdência privada são grandes quando comparadas com o INSS.
O professor de economia com doutorado pela Universidade de Chicago José Luiz de Carvalho foi uma das vítimas do governo. “Se eu tivesse me aposentado antes, estaria recebendo mais. Quando eu quis me aposentar em 2004, fiz uma simulação no site da previdência e o resultado é que ficaria com 75% das contribuições, o que daria R$ 1.337,72. Quando saiu a minha aposentadoria, em 12 de março de 2004, calcularam com 70%, e eu fiquei com R$ 1.250,41”, lembra. “Eu, na época, imprimi a simulação e estou recorrendo”, afirma.
“A previdência pública tem vícios não encontrados na privada, cujas regras são mais flexíveis”, acrescenta o consultor em finanças Marcos Crivelaro. Com a previdência privada, o participante não corre o risco de perder a qualidade de segurado se deixar de contribuir por alguns anos. Sem falar que pode fazer aportes quando quiser e no valor que quiser. “A pessoa pode gerir a renda que tem sem riscos de surpresas desagradáveis e pode acompanhar, a qualquer momento, o saldo que tem pela internet e por telefone. Há ainda suporte de profissionais que cuidam desses recursos”, ressalta Luiz Henrique Carvalho, gerente regional de Negócios da Caixa Econômica Federal.
“Acho que minha geração tem que fazer uma previdência privada. A população idosa está crescendo e o sistema público está falido”, considera a estudante Patrícia Soares Krug, 21 anos. Este ano, Patrícia pôde viajar com os recursos de uma previdência privada feita pelos pais quando ela era menor. O que sobrou da viagem será aplicado em outro plano que Patrícia pretende abrir para sua aposentadoria.
Fonte: Jornal do Commercio
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