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Moeda em alta eleva dívida do Estado

4 de outubro de 2008

Micheline Batista // Diario
O dólar a R$ 2 já começa a afetar estados que têm dívidas na moeda norte-americana. Em Pernambuco, neste último trimestre do ano, calcula-se que a despesa com o pagamento da dívida externa vai subir de R$ 30 milhões para R$ 35,3 milhões, elevando de 16% para 19% a participação dos compromissos financeiros sujeitos à variação cambial. De acordo com a Secretaria da Fazenda, de um total de R$ 177 milhões a serem pagos entre outubro e dezembro, a parte em moeda norte-americana correspondia a R$ 30 milhões considerando um câmbio de R$ 1,70.

“Agora, pelas novas projeções, vamos pagar R$ 35,3 milhões com o dólar a R$ 2, elevando nossa dívida total para R$ 182,6 milhões”, comentou o secretário-executivo do tesouro estadual, Lincoln Santa Cruz. Ou seja, a dívida aumentou 3,16%. Segundo ele, entretanto, o cenário não é preocupante porque o percentual da dívida hoje sujeito à variação cambial – 16% – não é significativo. “Se o dólar permanecer a R$ 2, no conjunto ainda continuaremos confortáveis”, acredita.

Na semana passada, a cúpula do Executivo estadual realizou uma reunião para avaliar os impactos da crise dos Estados Unidos nas finanças de Pernambuco. Os secretários, capitaneados por Geraldo Júlio (Planejamento e Gestão), decidiram manter as previsões feitas para 2009 na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). “Não foi necessário tomar nenhuma medida de redução, pois o orçamento foi preparado para este cenário. As receitas previstas estão muito próximas da realidade”, afirmou Lincoln Santa Cruz.

A LDO de 2009 enviada para o Legislativo no início de agosto prevê uma receita global de R$ 16,3 bilhões, um aumento de 16% em relação ao volume estimado para este ano. Isso indica que a maior parte dos recursos a que Pernambuco terá acesso em 2009 não será de fontes próprias, uma vez que a arrecadação acordada no Programa de Ajuste Fiscal (PAF) para o ano que vem é de R$ 7,4 bilhões.

Pacote – Enquanto isso, em outros estados, a crise anda fazendo estragos. O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, baixou um pacote congelando todos os concursos, licitações, obras e aquisição de equipamentos com valor superior a R$ 5 milhões. Também foram suspensas a contratação de serviços de natureza não-continuada e a aquisição de materiais de consumo que custam mais de R$ 1,5 milhão.

A dívida pública do Espírito Santo é de R$ 442 milhões. Com a alta do dólar, subiu 16,3%. “É melhor prevenir do que enfrentar uma situação mais grave. Não podemos ainda avaliar como esta situação, global, afetará a economia capixaba e as finanças do estado, então precisamos reavaliar”, justificou Hartung. “Com a variação cambial é preciso muita cautela. Temos que reavaliar as despesas pensando nas receitas e nas dúvidas sobre o crescimento econômico gerado a partir da crise nos Estados Unidos”, declarou a secretária da Fazenda, Cristiane Mendonça.

Fonte: Diário de Pernambuco

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