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Lula vê polêmica em reforma fiscal

18 de julho de 2007

BRASÍLIA – Às vésperas de o governo enviar ao Congresso uma nova proposta de reforma tributária, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem que a polêmica em torno do tema pode fazer com que o Brasil ainda não chegue ao modelo ideal. A constatação de Lula foi justamente em cima de um dos pontos sugeridos pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES): o estabelecimento de um limite para a carga tributária do País, em torno de 26% do Produto Interno Bruto (PIB). A do Brasil, hoje, está em 34,5% do PIB.

O grupo de conselheiros apresentou uma proposta com algumas sugestões para o projeto que o governo está discutindo com os governadores e deverá encaminhar ao Congresso em agosto. Mas já no seu discurso, durante reunião do CDES, o presidente sinalizou com dificuldades para a aceitação da proposta dos conselheiros. Ele afirmou que é preciso reduzir a carga tributária no País, mas que isso precisa ser feito com cuidado, caso contrário, “a conta não fecha”. “Nós precisamos melhorar a saúde, a educação, desonerar isso, desonerar aquilo, mandar muito servidor público embora, porque precisa enxugar o Estado e baixar os impostos. O meu medo é que nem sempre a conta fecha.”

Ainda durante a reunião, Lula foi taxativo ao descartar qualquer medida intempestiva para conter a valorização do real. Ele disse que vai aguardar, com muita paciência, que o dólar se acomode. “É assim, precisa ser assim, e não me peçam para fazer nenhuma medida intempestiva”, afirmou o presidente.

Lula também aproveitou a reunião para falar sobre um de seus temas preferidos: os biocombustíveis. “O biocombustível será uma realidade dentro de 20 anos, e o Brasil estará à frente desse processo independentemente de protestos de outros países.” Lula afirmou que, para o governo, a política de desenvolvimento de biocombustíveis, especialmente do etanol e do biodiesel, é uma questão de soberania nacional.

Também na reunião, o presidente recomendou ao ministro Guido Mantega (Fazenda) mais juízo e afirmou que em alguns momentos não é possível dizer o que se pensa. Lula afirmou ainda que o posto de ministro da Fazenda exige um comportamento diferente daquele que o ministro teve ocupando outros cargos no governo. Há quinze dias, Mantega disse que o País não vivia uma crise aérea e que os problemas enfrentados pelos passageiros nos aeroportos eram frutos do crescimento econômico.

Fonte: Jornal do Commercio

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