Notícias da Fenafisco
Incentivos em alta, salários em baixa
13 de agosto de 2006
A Região Nordeste, uma das principais beneficiadas pelo processo de migração das indústrias e pelos programas de incentivos fiscais, ainda tem os menores salários do País. A constatação do estudo Brasil: o estado de uma nação, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), serve de alerta para os candidatos à Presidência da República – que, tirando as diferenças de nomenclatura, seguem o mesmo receituário para o desenvolvimento da região: recriação da Sudene e fortalecimento de fundos de financiamento como Finor e FNE.
O grande problema é que a política de incentivos não vem dando os resultados esperados. O Sudeste ainda concentra mais da metade do emprego formal do País e os melhores salários. Na prática, a Região Nordeste está para a indústria nacional como alguns países asiáticos estão para as multinacionais, atraindo investimentos pelos incentivos fiscais e pelo baixo custo da mão-de-obra, fruto da má qualificação de seus profissionais. De acordo com o estudo do Ipea, um dos principais responsáveis pela diferença de salários é, justamente, a educação.
A Região Nordeste concentra 47% das pessoas ocupadas em atividades agrícolas. Isso se explica pela força do setor sucroalcooleiro, em Estados como Pernambuco e Alagoas, e pela expansão da soja no oeste baiano e na área entre o Piauí e o Maranhão. Como a atividade agrícola exige menos em relação à escolaridade, isso ajuda a entender a menor remuneração. Em média, o salário no setor agrícola é de R$ 520, enquanto o setor público paga R$ 1.200, a indústria tem remuneração média de R$ 1.000 e o comércio, de R$ 650. Enquanto no Nordeste se destaca a atividade rural, a Região Centro-Oeste concentra os empregos ligados à administração pública e os Estados do Sul e Sudeste ficam com cerca de 2/3 das vagas industriais.
Para o presidente da General Motors da América Latina, Ray Young, que esteve no Recife na última semana debatendo sobre globalização em fórum promovido pela Amcham, é justamente no setor agrícola que o País é mais competitivo, pois no setor industrial perdemos feio para Rússia, China e Índia. Juntamente com o Brasil, os três países compõem o grupo de emergentes conhecido como Bric. De acordo com Ray Young, a remuneração de uma hora de trabalho no Brasil paga 1,43 hora na Rússia, 1,99 na China e 2,47 na Índia. Os motivos seriam a alta carga sobre a folha de pagamentos e a valorização do real frente o dólar.
O Ipea confirma a observação de Young. O estudo aponta uma relação de cerca de 60% entre encargos trabalhistas e rendimento da indústria. A tese apresentada é de uma recuperação da competitividade do País via redução da carga tributária, evitando, portanto, redução de salários. Para o Nordeste, os responsáveis pelos programas de governo dos presidenciáveis precisam lembrar que a solução passa por um investimento maior no ensino técnico e formal.
Fonte: Jornal do Commercio
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