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Governo avalia pedágio no Recife

11 de outubro de 2012
Encerradas as eleições, o governo estadual vai analisar se autoriza ou não a criação da primeira via com pedágio dentro do Recife, um caminho às margens do Capibaribe da Zona Norte rumo à Cidade da Copa, em São Lourenço da Mata. A Odebrecht recebeu o aval do governo em março passado para gastar R$ 9,6 milhões nos estudos sobre a nova avenida, inspirada em áreas urbanas pedagiadas como a Linha Amarela, no Rio de Janeiro, e vias expressas de Miami, nos Estados Unidos. As obras são estimadas em R$ 490 milhões e o resultado dos estudos é esperado para este mês.
 
O projeto é o quarto pedágio já analisado no governo Eduardo Campos. Foi apresentado oficialmente em 31 de janeiro passado, quando o ex-deputado Maurício Rands (PT) estava à frente da Secretaria de Governo (Segov) e do Comitê Gestor do Programa Estadual de Parcerias Público-Privadas (CGPE). Em 20 de março, o CGPE autorizou os estudos, uma reunião com presença do então secretário de Desenvolvimento Econômico Geraldo Júlio (PSB), prefeito eleito do Recife.
 
A proposta da Odebrecht é fazer a conexão entre a nova via e o Ramal da Copa, uma obra de R$ 137 milhões já em andamento, tocada pelo Estado. O Ramal vai criar um novo acesso à Cidade da Copa, um complexo imobiliário de R$ 1,6 bilhão e 4.500 imóveis ancorado pelo estádio do Mundial 2014. O projeto imobiliário também é da Odebrecht, que já propôs uma PPP até para criar um campus da Universidade de Pernambuco (UPE) dentro da Cidade da Copa, para ajudar a viabilizar o complexo.
 
O estudo apontar se a nova via se sustenta como concessão simples, bancada pelo pedágio, ou como PPP, com o pedágio e um complemento financeiro mensal do Estado. Apenas com os resultados o governo decidirá se o projeto sairá do papel.
 
A questão é que, após uma eleição marcada por críticas do candidato Humberto Costa (PT) à PPP da Compesa, falar nas parcerias provoca desconforto no governo.
 
O projeto do pedágio não consta na lista oficial de "PPPs com autorizações concedidas pelo Estado para a realização de estudos de viabilidade e projeto básico", no site da Segov (www.segov.br). Além disso, chama a atenção a reação de Sílvio Bompastor, secretário executivo de Supervisão Técnica da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa).
 
Uma ata do CGPE diz que Bompastor "participou da concepção do projeto". Ontem, por telefone, ele disse saber apenas o básico, que se trata de uma via margeando o Capibaribe. O assunto caberia à Segov.
 
A secretária-executiva do CGPE, Clélia Freitas, em uma reunião interna do Comitê chegou a apontar no mapa o percurso proposto para a nova via. Mas ontem, via assessoria de imprensa da Segov, ela alegou desconhecer o traçado e informou apenas os dados gerais do projeto.
 
A Prefeitura do Recife e a Odebrecht, procurados, não se posicionaram sobre o assunto.

Fonte: Jornal do Commercio

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