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Gasto com educação vem depois do visual

30 de setembro de 2012
Quando o assunto é escolher entre investir em educação ou na aparência, o brasileiro prefere se sentir bem diante do espelho. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovou que a escolaridade ocupa apenas 3% do orçamento, enquanto os desembolsos com vestuário totalizam 5,5%. Essa opção é ainda mais visível na classe C, que representa 54% da população e 49% do consumo desse bem no país. “A nova classe média, sem dúvida, prefere gastar com roupa do que comprar um livro. Mais de 23% de tudo que entra vão para esse fim. Quem ganha R$ 1,5 mil mensais usa pelo menos R$ 350 com moda e beleza”, calcula Cristina Marinho, especialista em marketing da moda e comportamento do consumidor.
 
A classe C vê a moda como um passaporte para a inclusão social, uma forma de ser aceita, dizem especialistas. Não se trata de consumo leviano, mas do reflexo da melhoria da qualidade de vida. Pesquisa da N. Marinho Marketing aponta que, nesse grupo, a maioria é mulher, com nível superior completo, acesso à internet, que se inspira no que usam as celebridades e as protagonistas de novelas. Não está preocupada com marca. Quer roupa de qualidade, com bom acabamento, sem gastar muito. Os homens, esses sim, gostam de ostentar etiqueta famosa de grife estrangeira.

Para Renato Meirelles, presidente do Instituto Data Popular, no entanto, a comparação entre vestuário e estudo não sobrevive fora do contexto histórico e social. “Roupa não é supérfluo. A classe C entrou para o mercado de trabalho: 83% têm carteira assinada e precisam ampliar o guarda-roupa.” Ele ressalta um “certo preconceito” em relação à nova classe. É julgada porque compra roupa. Se não compra e usa modelo tido como inadequado, os mesmos críticos não lhe darão emprego ou a tacharão de brega. Meirelles também descarta o discurso de que essa fatia da sociedade não poupa para a educação dos filhos e que, sem o preparo das classes A e B, puxa a qualidade do ensino para baixo.

Fonte: Correio Braziliense

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