Notícias da Fenafisco
Dívidas excluem 77% das empresas do SuperSimples
9 de junho de 2007
A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, mais conhecida como SuperSimples, novo regime tributário que entra em vigor em menos de um mês, vai deixar de fora pelo menos 77% das micro e pequenas empresas brasileiras, por apresentarem algum tipo de dívida ativa. Somente na Receita Federal, do total de 2,967 milhões de empresas em atividade no país, nada menos que 2,304 milhões estão devendo ao Fisco, das quais, 2,285 milhões são de micro e pequeno porte. Ao se inscrever no novo sistema pela internet, elas serão barradas automaticamente e só poderão ter acesso ao benefício da redução da carga tributária se regularizarem sua situação, não apenas com a União, mas também com o estado e os municípios onde atuam.
A menos que acertem as contas com o Fisco, as empresas com faturamento de até R$ 2,4 milhões por ano vão perder o benefício da desburocratização tributária, que permite pagar, com uma única guia, oito tributos. São eles os impostos federais (IPI, PIS, Cofins, IR, CSLL e contribuição da Previdência), além do ICMS estadual e do ISS municipal. Também ficarão sem o direito à redução de impostos prometida pelo SuperSimples. Segundo o Sebrae, se o antigo Simples federal enxugou a carga tributária em até 60%, o SuperSimples fará novo corte de cerca de 20% nos impostos federais, na maioria dos casos, além de incluir setores antes não contemplados. “Vale a pena pagar as dívidas para entrar no SuperSimples. Em primeiro lugar, as reduções de impostos são absurdas. Em segundo, dívida é dívida e, em princípio, o microempresário não quer dar calote”, observa André Spínola, consultor de políticas públicas do Sebrae.
O levantamento da Receita revela ainda que as dívidas das microempresas são proporcionais ao seu tamanho. Do total de empresas endividadas, mais de 70% estão devendo até R$ 3 mil, o que corresponde a um universo de 2,255 milhões de pequenos negócios com algum tipo de pendência. Somente 30 empresas em todo o país têm débitos entre R$ 3 mil e R$ 1 milhão e outras 75 estão devendo acima desse teto. “Pagar os atrasadosnão chega a ser problema para o pequeno empresário. O mais grave é o governo usar o SuperSimples, reivindicação antiga das microempresas, como instrumento de fiscalização e arrecadação de impostos”, protesta Olival Resende, presidente do Conselho das Micro e Pequenas Empresas da Associação Comercial de Minas Gerais (ACMinas). Ele lembra que o débito pode ter sido causado por dificuldades financeiras enfrentadas pelo dono da empresa, mas também porque ele se esqueceu de pagar uma das inúmeras guias das contribuições devidas.
Não é a primeira vez que o governo federal exige o pagamento de um ônus em troca da concessão de um benefício fiscal. No primeiro Simples, há quatro anos, ter uma ficha limpa era premissa para ser enquadrado no sistema e ser beneficiado com a redução de impostos.
Fonte: Diário de Pernambuco
Mais Notícias da Fenafisco
Reforma tributária: Procuradorias querem aumentar influência na gestão de tributos
Entidades do fisco denunciam a tentativa de procuradores e advogados públicos dos estados e municípios de influenciar o Comitê Gestor […]
Fenafisco reforça a importância da justiça fiscal e do fortalecimento das administrações tributárias na 13ª IAMRECON
Dando continuidade às discussões sobre os desafios e perspectivas para o setor público nas Américas, a Federação Nacional do Fisco […]
Último painel da 9ª Plenafisco trouxe os panoramas da conjuntura política brasileira
Para fechar os painéis do último dia da 9ª Plenafisco, Francelino Valença, presidente da Fenafisco e do Sindifisco Pernambuco, e […]
Renúncia fiscal de estados e DF chega a R$ 266,5 bilhões em dez anos
A renúncia fiscal nos estados brasileiros e no Distrito Federal triplicou nas últimas duas décadas, conforme estudo divulgado pela Federação […]