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“Vamos vencer o desequilíbrio”

17 de janeiro de 2007

 

O anúncio da situação financeira de Pernambuco, realizado, ontem, pelo novo Governo, teve um cunho muito mais político do que econômico. Apesar de mostrar que o déficit é de R$ 255 milhões – o que é administrável, segundo integrantes da própria equipe – os governistas insistiram no discurso de que o Estado está “desequilibrado”, voltando a fomentar o debate com a gestão JarbasVasconcelos/Mendonça Filho.

Como ocorre desde antes das eleições, o vice-governador João Lyra Neto (PDT) tomou para si a responsabilidade de criticar incisivamente a gestão Jarbas/Mendonça. “Foi um grande equívoco deles. Criaram uma fantasia e vão pagar um preço muito caro por essa fantasia que criaram. Não sei de quem foi a infeliz idéia. Cabe a eles divulgarem onde está o R$ 1,3 bilhão”, desafiou. Lyra não se conteve e deu “nome aos personagens”. Segundo ele, no ato “precipitado de alardear o equilíbrio fiscal, que não existia”, a secretária da Fazenda, Maria José Briano, foi obrigada a “omitir os dados”. Nem o secretário de Planejamento, Cláudio Marinho, escapou. “Foi ele que divulgou isso e não teve mais condição de sustentar”, alfinetou.

Para o vice-governador a gestão Jarbas/Mendonça teve tempo e recursos para equilibrar o Governo. “Se você juntar os R$ 138 milhões da Caixa Econômica Federal e os R$ 2,3 bilhões da Celpe, eles tiveram recursos extras de mais de R$ 3 bilhões atualizados”, calculou. Para ele, os aliancistas “erraram na divulgação, na projeção que não iriam entregar com déficit, e erraram novamente ontem (anteontem) quando entregaram a nota”, disse. Indagado se erraram na gestão, respondeu: “Se tivessem acertado no governo eles tinham a reeleição”, disse.

Após a apresentação dos números, o governador Eduardo Campos (PSB) garantiu que irá “vencer o desequilíbrio” e afirmou que esta será a vitória “mais prazerosa” de sua vida. “Essa não será a primeira dificuldade que eu vou enfrentar. Esses números não me intimidam, eles não desanimam nossa equipe. Pelo contrário, eles desafiam a unidade e a firmeza do nosso Governo de transformar dificuldades em oportunidade”, alegou.

Criticando a nota emitida na véspera pela administração passada, o governador declarou que estava mostrando um saldo que “o Governo anterior não mostrou, embora tenha tido tempo para fazer”. “Uma coisa é uma nota, outra é o extrato da conta única”. Apesar disso, ele não fez uma análise qualitativa dos gastos da gestão passada. “Nós estamos olhando para frente, para o futuro, para a unidade do nosso Estado em torno do que interessa a Pernambuco. E nós vamos fazer isso com serenidade”, argumentou, assinalando que o desafio será garantir investimentos para Pernambuco. Ao final da entrevista, o socialista disse esperar que, diante da apresentação dos números, tenha fim o “cabo-de-aço político. Está na hora de acabar com isso. Vamos tocar a vida. Vamos trabalhar. Com todo o respeito aos nossos adversários, com toda a tranqüilidade, nós soubemos ganhar. O povo julgou o Governo passado, garantiu um resultado muito claro no processo eleitoral”, afirmou.

Fonte: Folha de Pernambuco

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