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Surubim também entra na moda

17 de novembro de 2006

 

Quem pensa que o Pólo de Confecções de Agreste só congrega Toritama, Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru está errado. Depois de analisar e aprender com os erros cometidos pelas três cidades, Surubim, que já foi famosa pelo cultivo de algodão nas décadas de 1950 a 1970, já assumiu o posto de quarta integrante do Pólo. Apoiada em um sistema educacional que investe na formação de base e empregando quase toda a energia produtiva na indústria, a cidade apresenta uma produção grande e diversificada, fabricando jeans, moda adulta feminina, infantil e até mesmo fardamentos escolares.

O cenário econômico é muito bom, apesar da sociedade ainda estar se levantando da queda provocada pelo fim da cotonicultura, em meados da década de 1980, após uma praga devastadora de bicudo. Atualmente, são pouco mais de 200 empresas, empregando 2,5 mil pessoas e produzindo cerca de 150 mil peças por mês, ao preço médio de R$ 10,00. O piso salarial dos trabalhadores das fábricas é de R$ 410,00. Fator mais do que suficiente para atrair os antigos trabalhadores do campo, como Edmilson Silva de Moura. “Hoje eu tenho renda fixa e horário certo. Muito melhor que quando eu colhia algodão, feijão e arroz”, comemora.

Moura é funcionário da Ditu’s, fabricante de jeans que está há 15 anos no mercado, sendo uma das pioneiras da região. Seu proprietário, Adenísio Vasconcelos, era gerente bancário em Santa Cruz do Capibaribe antes de enveredar pelo ramo das confecções. Após viagens constantes a Toritama, adquiriu o know-how necessário e hoje produz mensalmente oito mil peças, vendidas em sua maioria nos centros comerciais do Pólo, mas firmando negócios também com países como Angola, Cabo Verde, Espanha, México, Portugal e Rússia.

Vasconcelos também é vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Surubim (Aciassur). “A nossa vocação sempre foi para o têxtil. Nós aplicamos 90% de nossa energia para intensificar o setor primário, já que encontramos uma estrutura comercial estabelecida nas três cidades do Pólo”, elucida. Além disso, diferente das outras cidades do Pólo, 95% dos fabricantes de Surubim não trabalham no regime de facção, investindo em linhas de montagem próprias. Entretanto, o costume de integrar as residências às unidades produtivas e de integrar toda a família no negócio ainda persiste.

É o caso de Edsaldo de Oliveira e sua esposa Aurecir de Oliveira, proprietários da Adri-K, que moram no andar de cima de sua fábrica. Especializados na produção de moda adulta feminina, eles começaram praticamente do zero, mas já acumulam 11 anos de experiência. “Agora nós estamos pondo em prática um planejamento estratégico focado na formalização, na elaboração de uma linha de design próprio e na prospecção de novos mercados”, completa o presidente de Aciassur, Antônio Barros, lembrando que o interesse da população para se capacitar é muito grande.

Fonte: Folha de Pernambuco

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