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Servidores querem mais e planejam paralisações

7 de março de 2006

O anúncio de reajuste salarial feito ontem pelo governo do Estado foi mal recebido pelos funcionários públicos. Os servidores esperavam percentuais maiores de aumento. Antes da divulgação, alguns sindicalistas já declaravam que o governo deveria dar, no mínimo, um percentual de dois dígitos. Mas a perspectiva é que fosse maior que 10%.

Durante esta semana, algumas categorias realizarão assembléias com suas bases. Segundo dirigentes de alguns sindicatos, greves ou outros movimentos de reivindicação devem ser deflagrados. Para amanhã, estão marcadas as assembléias do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintepe), da Saúde (Sindsaúde) e do Sindicato dos Servidores da Universidade de Pernambuco (Sindupe). Hoje, os auditores fiscais realizam nova assembléia. Os fazendários estão em greve desde o dia 2 de fevereiro.

“Estamos em estado de greve. Se o resultado não for positivo, voltaremos à greve”, declarou Maria Perpétua Rodrigues, coordenadora-geral do Sindsaúde. Os funcionários da saúde estavam em greve, mas voltaram às atividades no dia 24. No final da tarde de ontem, após reunião entre o governo do Estado e o Fórum da Central Única dos Trabalhadores (CUT) – que reúne as diferentes categorias que representam os servidores públicos –, o descontentamento era geral.

“Achamos o anúncio horrível. Aquém daquilo que esperávamos, pois 8% não recompõem nosso poder aquisitivo. A defasagem salarial é de 56%, desde 1999, início do governo Jarbas”, atacou Renilson Oliveira, coordenador-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Civis do Estado (Sindserpe). A principal reivindicação do Sindserpe, que tem uma base de 25 mil servidores administrativos e técnicos, é a implementação de uma tabela de progressão salarial. A categoria acha que 8% é muito pouco para implantar a tabela, mas espera novas reuniões de esclarecimento com o governo.

“Foi um resultado muito negativo. Não somente foi anunciado um percentual abaixo do esperado, como também reflete uma posição unilateral do governo, sem negociação”, criticou Heleno Araújo, presidente da CUT. O presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais (Sindifisco), Jorge Luiz Amaral, preferiu não comentar.

Apesar de ter se baseado na inflação do biênio 2004 e 2005, de 11,2% pelo INPC, os servidores ressaltam que o governo esqueceu dos 7 anos anteriores da administração Jarbas Vasconcelos. O secretário de Administração, Maurício Romão, considera que, como houve aumento de 4% em 2004, os 8% ficam acima da inflação do biênio. A professora Mônica Albuquerque, 46 anos, recebe R$ 280 de vencimento base. Um valor aquém do salário mínimo. Mônica reclama da defasagem salarial e do baixo valor no contracheque. “Meu poder de compra reduziu muito. Faço uma ginástica financeira muito grande para me virar com o que ganho. Se não morasse na casa da minha mãe, estaria na favela”, ressalta.

Fonte: Jornal do Commercio

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