O secretário de Administração, Paulo Câmara, afirmou, ontem, que os servidores estaduais podem ter reajuste salarial, mas reconheceu que o valor será inferior ao concedido no ano passado (10%). Ontem, durante a reunião da Mesa de Negociação Permanente dos servidores, Câmara explicou que o Estado tem R$ 266 milhões para serem gastos com despesa pessoal deste ano, conforme a meta do Programa de Ajuste Fiscal (PAF), sendo que R$ 160 milhões já foram incorporados à folha de pagamento de 2007, resultante do reajuste concedido ao longo do ano passado.

“A pauta da CUT (Central Única dos Trabalhadores) contempla um reajuste de 16%, o que repercute em R$ 76 milhões por mês, tornando-se impraticável. Por isso, não vamos poder atender a pauta na integridade”, afirmou Câmara. No próximo dia 21, o Governo do Estado apresentará a proposta de reajuste salarial aos servidores. 
Inconformados, representantes do Sindicato dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco (Sindserpe) marcaram uma reunião técnica, na próxima terça-feira, no prédio da vice-governadoria, para que o Estado dê os detalhes da proposta. “Não podemos simplesmente aceitar que o Governo pegue R$ 160 milhões, que deveriam ser gastos com os servidores, para pagar dívida do governo anterior. Ele que procure outra fonte de recurso e não tire do servidor”, criticou o presidente do Sindserpe, Renilson Oliveira.

Os servidores querem que o piso salarial seja de acordo com o salário mínimo (R$ 380,00), respeitando as faixas salariais e a elaboração da política salarial dos servidores. “Existem mais de 15 mil servidores recebendo abaixo do mínimo”, ressaltou Renilson Oliveira.

A categoria reivindica, ainda, o vale-refeição para todos os servidores e que seu valor passe de R$ 5 para R$ 9, além de aumento na diária (R$10,51) para viagens ao Interior, redução da alíquota da previdência de 13,5% para 10% e vale-transporte para os servidores do Interior. O Estado mantém, atualmente, 194 mil servidores, sendo 120 mil na ativa, 50 mil inativos e 24 mil pensionistas.

Fonte: Folha de Pernambuco