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Preparação para o adeus

15 de agosto de 2014

Ainda em choque com a notícia da morte prematura do ex-governador Eduardo Campos (PSB), quarta-feira, em Santos (SP), amigos, familiares e correligionários começaram a preparar, ontem, o velório e o enterro do ex-presidenciável. A expectativa é de que as cerimônias recebam um público acima de 80 mil pessoas, maior que o do enterro do ex-governador Miguel Arraes, seu avô. Eduardo morreu num acidente de avião na mesma data que Arraes faleceu, em 2005, aos 88 anos. Eduardo tinha 49. 

Os preparativos com a cerimônia coincidiram com as visitas que aumentaram no Palácio do Campo das Princesas, quando populares começaram a passar pelo local para saber notícias de Eduardo e dos amigos que estavam no mesmo voo e morreram. Somente ontem, no Cemitério de Santo Amaro, onde o ex-governador será enterrado no mesmo jazigo do avô, houve um acréscimo de 500 visitantes. Subiu para 1,5 mil, segundo o chefe da Divisão de Necrópoles do Recife, Petrus Tejo. Muitos foram lá interessados em saber o local exato do túmulo, que fica na quadra 32, lote 1, em terra batida, rodeado de flores vermelhas. Um túmulo simples, ao estilo de Arraes e de Eduardo, que nunca foram de ostentações. Não haverá outros enterros neste dia.

Apesar de terem estado em lados opostos nesta eleição, o enterro de Eduardo contará com a presença do ex-presidente Lula, seu amigo, e da presidente Dilma Rousseff, que ligou para o deputado federal João Paulo (PT) confirmando a vinda ao estado. 

Perplexidade tem sido comum nas ruas do Recife. Desde quarta-feira é comum ver pessoas paradas em frente às televisões de lojas de eletrodomésticos, com mãos na boca e no queixo vendo notícias sobre a morte trágica do ex-governador. Os bares e restaurantes ficaram silenciosos na quarta e ontem, como se não houvesse clima de festejos.

No esteio dessa comoção, a ex-primeira dama Renata Campos pediu que houvesse uma missa de corpo presente fora do Palácio do Campo das Princesas, na Praça da República, onde as pessoas possam ver a cerimônia, sem o aperto das acomodações do prédio antigo. O ato religioso será realizado pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido. No local, o mesmo onde Eduardo fez o discurso de despedida de sete anos e quatro meses de governo, serão proferidas as palavras do adeus. 

Não se sabe ao certo o dia do enterro, porque até ontem à noite os corpos não haviam sido identificados. Mas o governador João Lyra (PSB), que está em São Paulo, estima que pode ser no domingo às 16h, caso os restos mortais sejam identificados por DNA e transportados para o Recife ainda amanhã.

Fonte: Diario de Pernambuco

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