A desaceleração da economia já chegou aos preços dos aluguéis da Região Metropolitana do Recife (RMR). A baixa dos valores tem relação direta com as novas regras de financiamento de imóveis usados da Caixa Econômica Federal, com os recentes aumentos nas contas de energia e água e consequentemente no preço dos condomínios e nas demissões causadas pelo término de grande parte das obras de construção da Refinaria Abreu e Lima e da PetroquímicaSuape. Especialistas do setor garantem que os preços já começaram a baixar.

Para Elísio Júnior, presidente do Sindicato de Habitação de Pernambuco (Secovi-PE), a queda dos valores já é evidente nos bairros de Piedade e Candeias. “Nestes bairros, houve uma procura muito grande nos últimos anos, o que acabou forçando uma alta nos preços que agora deverão se adequar à diminuição da demanda”, afirma. Segundo ele, as novas regras da caixa, que diminuíram para 50% o limite de financiamento de imóveis usados neste mês, vão causar um aumento de ofertas, pois muitos proprietários terão que colocar os imóveis que antes estavam à venda para alugar.

“Além disso, o aumento da conta de água impactou muito nos condomínios da RMR pois a maioria dos prédios aqui não tem hidrômetro individual. Hoje, 30% dos gastos dos prédios vêm da cobrança da Compesa”, detalha o presidente do Secovi. Ele ressalta que, junto ao aumento do preço da energia, as altas devem gerar um acréscimo de, no mínimo,10% nos condomínios recifenses. 

Paulo Santos, presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis de Pernambuco (Sindimóveis), concorda e acrescenta que os proprietários terão que flexibilizar seus valores se não quiserem imóveis desocupados por muito tempo. “A solução vai ser negociar.”

Já André Callou, presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), acredita que os valores tendem a se estabilizar, mas não haverão quedas acentuadas no preço. Para ele, o segmento de aluguéis comerciais está sentindo queda nos preços. “Houve baixas, mas ainda é um momento bom para comprar tanto para moradia quanto para investimento. Não acreditamos que o recuo dos preços dure por muito tempo.”

Fonte: Jornal do Commercio