Principal alvo das denúncias do esquema de lavagem de dinheiro da Operação Lava-Jato, a Petrobras deve colaborar com as investigações policiais. Em despacho publicado ontem pela Justiça Federal de Curitiba, a estatal foi intimada a “esclarecer se manteve relação comercial entre 2009 e 2014” com as 19 empresas citadas pela defesa do doleiro preso pela Polícia Federal Alberto Youssef.

O ofício determina um prazo de 30 dias para que a estatal colabore com a “discriminação necessária quanto ao objeto e valor dos contratos”. Duas das empresas citadas no despacho fizeram depósitos em contas do doleiro na Suíça. Desde junho, US$ 28 milhões vinculados à Lava-Jato estão bloqueados pelo Ministério Público Suíço: US$ 23 milhões do ex-diretor de abastecimento e refino Paulo Roberto Costa e US$ 5 milhões atribuídos a Youssef, mas que estavam em uma conta movimentada pelo executivo João Procópio Junqueira Pacheco. Outras nove fornecedoras da Petrobras indicadas pela defesa de Youssef no despacho depositaram R$ 34,7 milhões na conta de uma empresa de fachada controlada pelo doleiro, segundo a Polícia Federal.

Delação
O presidente da CPI mista da Petrobras, Vital do Rêgo (PMDB-PB), enviou ontem ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, o pedido para interrogar Paulo Roberto Costa no Congresso e o acesso à delação premiada dele. Vital havia feito os requerimentos ao juiz Sérgio Moro, responsável pela investigação da Operação Lava-Jato, que o recomendou a reenviá-los ao STF. Parlamentares da base, no entanto, tentam postergar a ida dele à CPMI para não desgastar as campanhas eleitorais. A confirmação do depoimento do ex-diretor à comissão mista só poderá ser feita após a decisão do ministro.

Fonte: Diario de Pernambuco