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Pauta bomba e prova de fogo para Dilma
6 de outubro de 2015Depois da manobra de líderes partidários que acabou anulando a sessão do Congresso Nacional marcada para a última quarta-feira, deputados e senadores voltam hoje, às 11h30, a apreciar os vetos presidenciais que barraram pontos ou o texto integral de projetos aprovados pelo Legislativo. Recheada de matérias consideradas sensíveis ao governo Dilma Rousseff – como a que trata do reajuste salarial entre 53% e 78,56% aos servidores do Judiciário – a pauta pode ser vista como um teste de fogo para o governo petista.
O Palácio enfrentará também o primeiro teste da eficácia da reforma administrativa anunciada na última semana. Além do reajuste no salário do Judiciário, estão em análise também o os vetos à ampliação do salário mínimo a todos os beneficiários do INSS e á dedução de imposto de renda devido a professores correspondente ao gasto com a aquisição de livros. Se esses vetos forem derrubados, haverá um impacto positivo de R$ 63,2 bilhões nas contas públicas entre 2015 e 2019.
A expectativa no Planalto é que, após as mudanças ministeriais anunciadas por Dilma, as decisões da presidente sejam mantidas. Para tentar reunificar a base, o Planalto manteve o PMDB com sete pastas, mas deu à legenda dois Ministérios de peso: Saúde e Ciência e Tecnologia, ocupados pelos deputados Marcelo Castro (PI), e Celso Pansera (RJ). O PDT perdeu Trabalho, unificado com Previdência, mas ganhou Comunicações, sob comando do líder do partido na Câmara, André Figueiredo (CE). Na noite de ontem, o ministro recém-empossado da Secretaria de Governo da Presidência da República, Ricardo Berzoini, reuniu-se com líderes aliados para reforçar a estratégia com o objetivo de conseguir quorum e manter os vetos.
Após o encontro, o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que o governo está confiante. “Todos estão sendo mobilizados para dar o quorum amanhã até 12h. Não dá para ficar mais dias com essa espada nas costas”, disse. Ele lembrou que, na última sessão, há duas semanas, foram mantidos 26 vetos. “A manutenção é essencial para o país. Ninguém quer quebrar o Brasil”, afirmou.
Para o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), a reforma pode ajudar a amenizar as dificuldades políticas e econômicas enfrentadas pelo país. “Essa movimentação política é muito importante. Tinha uma crise alimentando a outra. Espero que essa crise, do ponto de vista político, se acalme.”
Orientação
Durante a cerimônia de posse dos ministros, Dilma pediu à toda a equipe ministerial que dialogue mais com o Congresso. A falta de diálogo é uma das críticas feitas ao Planalto, incçlusive por parlamentares da base aliada. Segundo a presidente, o país passa por uma travessia que requer intenso trabalho da equipe para conciliar equilíbrio fiscal e a manutenção de programas e políticas sociais.
Fonte: Diario de Pernambuco
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