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Os maiores juros em 6 anos

5 de março de 2015

O Banco Central confirmou as apostas e elevou ontem a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 12,75% ao ano. Foi a quarta alta seguida da taxa. Com a elevação, a Selic passa a ter seu maior valor desde janeiro de 2009. Embora a alta dos juros ajude a controlar a inflação, há um forte impacto negativo no crescimento do País. Vale lembrar que o ambiente econômico já é de recessão.

A alta era a aposta de 59 dos 63 economistas ouvidos em pesquisa da agência de notícia Bloomberg.

Os outros quatro viam aumento de 0,25 ponto percentual, a 12,5%.

A inflação resistente, que deve ganhar força após a recente paralisação de caminhoneiros e depois de reajustes em energia, transporte e combustíveis aprovados no início deste ano, é citada por analistas como o principal balizador para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).

O índice oficial de inflação (IPCA) acumula avanço de 7,14% até janeiro, acima do teto da meta do governo, que é de 6,5%.

O último boletim Focus, do Banco Central, mostrou que a perspectiva de alta do IPCA neste ano subiu novamente, para 7,47% em 2015, acima da faixa superior da meta do governo, de 4,5% com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

Para 2016, a projeção é de 5,50%.

Após a reunião de ontem, Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, acredita em aumento de 0,25 ponto percentual em abril. "O BC deve deixar a porta aberta para nova alta por causa da questão fiscal. Joaquim Levy [ministro da Fazenda tem anunciado medidas importantes na tentativa de colocar as contas públicas em uma trajetória sustentável para evitar perda de grau de investimento do Brasil [selo de bom mercado para se investir", diz.

A corretora Concórdia também não descarta mais um aumento de juros em abril, embora acredite que BC possa manter a taxa inalterada até dezembro após o aumento de ontem.

Em seu comunicado, o Banco Central deve chamar a atenção para o fato de que a política fiscal será um fator importante de controle da inflação no futuro, já sinalizando, dessa forma, o encerramento do atual ciclo de altas de juros.

A atividade econômica enfraquecida é o que limita novas altas da Selic neste ano. No terceiro trimestre do ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,1%, abaixo das expectativas.

Neste ano, o País deve ter retração de 0,58% do PIB, ainda de acordo com o Focus. A indústria continua sendo um peso sobre a atividade em geral, com contração de 0,72% no ano, segundo o boletim. A expectativa é de que a economia melhore em 2016, com crescimento de 1,50%, de acordo com o Focus.

RISCO

Depois do rebaixamento da nota da Petrobras pela agência internacional de classificação de risco Moody´s, as atenções se voltam para a visita que dirigentes da Standard & Poor´s fazem a autoridades da área econômica em Brasília. Ontem, no Ministério da Fazenda, os representantes da agência de classificação de risco se reuniram os secretários de Assuntos Internacionais, Luis Antonio Balduino Carneiro e de Política Econômica, Afonso Arinos Mello de Franco Neto. À tarde, o encontro foi com os secretários do Tesouro Nacional, Marcelo Barbosa Saintive e o da Receita, Jorge Rachid. Hoje, a S&P se reúne com o presidente do BC, Alexandre Tombini. A grande preocupação do governo é que o mau desempenho da Petrobras contamine toda a visão que os investidores externos tem do Brasil.

Fonte: Jornal do Commercio

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