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Os caminhos para o consumo consciente

26 de fevereiro de 2013

Antes de comprar um produto ou adquirir um serviço você avalia os impactos do consumo? Ser um consumidor sustentável passa pelo equilíbrio de três pilares: ser socialmente justo, economicamente viável e ambientalmente correto. Enquanto alguns países desenvolvidos já assumem práticas sociais e ambientalmente responsáveis, outros ainda reproduzem um padrão de consumo insustentável para o planeta. O Brasil já adota algumas medidas positivas – como a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, que determina que até 2014 os Estados e municípios desativem lixões e encaminhem o material para aterros sanitários. Mas ainda há um longo caminho a ser trilhado.

A discussão do consumo consciente no País ainda é recente, observa Estanislau Maria, coordenador de conteúdo do Instituto Akatu, organização não governamental que trabalha pela conscientização e mobilização da sociedade para a sustentabilidade. Os brasileiros começaram a se voltar para essa questão na década de 90, com a realização da Eco 92, conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o meio ambiente e desenvolvimento que foi realizada no Rio de Janeiro em 1992. No ano passado, a Rio+20 retomou o tema. "Ano a ano cresce a preocupação dos brasileiros em relação a escolhas mais sustentáveis, mas as pessoas ainda confundem muito esse conceito, acham que ser sustentável é ser ?verde?, o que também é muito relativo. Não adianta achar que consumir um produto orgânico é suficiente. É preciso avaliar outras questões, como as pessoas que estão sendo empregadas para a produção desses alimentos, se há trabalho infantil."
 
O governo federal também deve adotar práticas sustentáveis, diz Estanislau. "Por que, com a redução do IPI para a linha branca de eletrodomésticos ou para os veículos, o governo não criou contrapartidas para as empresas minimizarem o impacto ambiental desses produtos, além da manutenção de empregos, que também é uma prática sustentável?"
 
Segundo pesquisa do Instituto Akatu, a maior parcela dos brasileiros ainda é iniciante ou indiferente em relação às práticas sustentáveis. "Temos um núcleo mais consciente que representa 5% da população brasileira, com 23% com práticas engajadas. Mas a maioria (72%) ainda não adota práticas sustentáveis ou é indiferente ao tema", constata.
 
Estanislau também destaca que uma parcela significativa de brasileiros passou a ser consumidor com o acesso à renda. "Temos uma parcela populacional com consumo represado desde às caravelas", voltando atrás na história de desigualdade social no País. "Não dá para responsabilizar quem está consumindo agora, mas um dos desafios do século 21 é ter uma sociedade que vá além do consumo."

Fonte: Jornal do Commercio

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