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O pior dos mundos

17 de novembro de 2015

A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano chegou a 10,04%, segundo o boletim Focus divulgado ontem pelo Banco Central. Se confirmada, a marca de dois dígitos será o maior percentual da inflação registrado nos últimos 13 anos. Já a possível retração de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) será o pior resultado em 25 anos. Juntos, esses resultados aproximam o País da chamada "estagflação" – cenário em que inflação e recessão criam um cenário de descontrole econômico. Em economia, é um dos fenômenos mais temidos.

A deterioração dos números mostram que o País parou, mas ainda não configuram um cenário de estagflação, apesar de alguns analistas apostarem nisso. Para o analista da Clear Corretora, Raphael Figueredo, apesar da paralisia iniciada no ano passado e que vai seguir até 2016 – representando três anos seguidos de retração -, o cenário ainda é o mesmo: crise de expectativas.

"A economia não parou porque perdeu o gás, mas porque a situação política puxa o freio e o governo não consegue andar. Boa parte desse resultado do Focus reflete a perspectiva do próximo ano. Já se sabe que o ano que vem é de forte ajuste e não há horizonte de previsibilidade", explica o especialista. "O País não está quebrado e está longe de quebrar, pois ainda existe capacidade (de produção) e até demanda. Mas tudo depende do cenário que vem pela frente e tudo isso depende do ajuste fiscal."

Mas há analistas com percepção menos otimistas. Para Osvaldo Moraes, da Multinvest, por exemplo, o cenário atual já se configura tecnicamente como estagflação, com diminuição da atividade econômica e aumento dos índices de desemprego. "O cenário é ruim e a perspectiva não é positiva", disse. "A solução, ao meu ver, é a saída de Dilma Rousseff, pois se injetaria ânimo novo na economia. Não adianta tirar Joaquim Levy e colocar Henrique Meireles, ou quem quer que seja na Fazenda. A economia não vai reagir."

A projeção da inflação divulgada ontem representa a nona alta seguida na previsão do boletim Focus, bem distante do centro da meta do governo 4,5%. Na semana passada, a expectativa do mercado era de inflação anual em 9,99%. Ou seja, por enquanto, as expectativas só pioram.

Fonte: Jornal do Commercio

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