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O déficit da balança não pára de crescer

13 de abril de 2008

Adriana Guarda

adrianaguarda@jc.com.br

Pernambuco tem um histórico de déficit na sua balança comercial. Na relação importação-exportação, o sinal aparece negativo em todas as análises. Reconhecido por sua posição geográfica privilegiada, o Estado sempre funcionou como entreposto comercial e pólo importador para distribuição de produtos para o Nordeste. No ano passado, o déficit chegou à cifra gigantesca de US$ 849 milhões – o maior dos últimos 12 anos. É verdade que em 2007 tínhamos um fato novo: a entrada em operação da Mossi & Ghisolfi em Suape, que é uma grande importadora de matéria-prima. A empresa contribuiu para agigantar os números da balança comercial pernambucana. Mesmo comprando insumos para transformar em produto de maior valor agregado, como a atuação da empresa tem foco maior no mercado interno, as exportações da resina PET não foram suficientes para minimizar o saldo negativo.

O balanço do primeiro trimestre deste ano, divulgado esta semana pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) aponta que teremos um novo exercício com déficit alto. De janeiro a março, o saldo aparece negativo em US$ 320,9 milhões – o equivalente a quase 38% do valor registrado em todo o ano de 2007. Se continuarmos nesse ritmo, vamos chegar ao final de 2008 ultrapassando pela primeira vez a barreira de US$ 1 bilhão com sinal negativo.

O desequilíbrio na balança não seria preocupante se a corrente de comércio (exportações + importações) estivesse crescendo na mesma velocidade. O problema é que apesar de Pernambuco ostentar o segundo maior PIB do Nordeste, atrás apenas da Bahia, o Estado tem um dos menores índices de abertura ao comércio exterior do Brasil. No Nordeste, está na frente apenas de Sergipe, Piauí e Paraíba. Se Pernambuco tem participação de 2,9% no PIB brasileiro, a contribuição no comércio internacional é de apenas 0,66%. Ao longo dos últimos dez anos (de 1996 a 2006), a participação pernambucana no comércio internacional também não acompanhou o desempenho do País.

Especialistas em comércio internacional analisam que uma das estratégias para fazer as vendas externas deslancharem seria a agregação de valor aos produtos. Embora a indústria química tenha ganhado terreno, o açúcar continua liderando a pauta. Além de ter uma cotação bem abaixo de outras mercadorias (cerca de US$ 300/tonelada), o produto tem enfrentado um cenário negativo de preços no mercado internacional. Outros produtos do agronegócio também estão sendo vendidos com valores aquém do que poderiam porque ainda não apostaram na agregação de valor. Dois exemplos são as frutas in natura do Vale do São Francisco e o camarão, que o único beneficiamento que oferecem são a opção do item com ou sem cabeça. Se continuar assim, o déficit só vai aumentar.

Fonte: Jornal do Commercio

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