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Nomeações para garantir o ajuste fiscal
3 de junho de 2015Ciente de que a batalha para aprovar o ajuste fiscal não se encerra com a aprovação das duas medidas provisórias com mudanças no seguro-desemprego e nas pensões, o vice-presidente Michel Temer quer pressa para atender os pleitos dos aliados antes da nova batalha: a aprovação do projeto de lei que altera as alíquotas incidentes sobre a folha de pagamento. Para isso, reuniu-se com os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Comunicações) e Eliseu Padilha (Secretaria de Aviação Civil).
Temer agendou o encontro com o intuito de passar um pente-fino nas nomeações para o segundo e terceiro escalões. Apesar de alguns nomes já terem sido confirmados, o vice-presidente tem ouvido muitas queixas sobre a demora na confirmação dos indicados pelo Diário Oficial da União. Temer e Padilha fazem um trabalho alinhado, enquanto Mercadante e Berzoini carregam, segundo palavras do próprio vice-presidente, “a memória das demandas do governo”.
Muitos aliados reclamam que, mesmo depois de acertadas as escolhas, as nomeações emperram na Casa Civil. Questionado por Temer sobre isso, Mercadante tem se limitado a dizer: “É a burocracia”. Desafetos do chefe da Casa Civil, no entanto, afirmam que o petista se aproveita da proximidade com a presidente Dilma Rousseff para mostrar que, mesmo tendo perdido o protagonismo na articulação política, ainda tem condições de ditar o ritmo do governo federal. “Ele pode ter perdido o peso para nomear pessoas. Mas, para embarreirar propostas, ele continua afiado”, disse um interlocutor da presidente Dilma.
Temer quer aproveitar esta semana em que o Congresso terá um ritmo mais lento de votações, por conta do feriado de Corpus Christi, para agilizar as nomeações. Para a próxima semana, mais especificamente na quarta-feira, está prevista a votação do projeto de desoneração da folha de pagamento. Ele já foi apontado pela própria presidente como uma matéria ainda mais delicada do que as medidas provisórias, que já provocaram fraturas na base aliada.
A razão da preocupação é que essa matéria envolve aumento de alíquotas para empresas – muitas delas doadoras de campanha – o que constrange um número muito maior de parlamentares do que propostas envolvendo mudanças trabalhistas. O relator da matéria na Câmara, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), já aceitou alguns pedidos do governo, como a lei entrar em vigor a partir da sanção e não a partir de janeiro do ano que vem. Ainda está pendente se o aumento das alíquotas será imediato ou graduado em duas vezes.
Fonte: Diario de Pernambuco
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