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Mais caro e com mais gente

30 de janeiro de 2013

Os gastos com saúde pesaram no bolso do pernambucano em 2012. Dados do boletim Foco Saúde Suplementar, divulgado ontem pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), revelam que as despesas com os serviços médicos, dentários, hospitalares e laboratoriais cresceram 14,83% entre outubro de 2011 e setembro de 2012. Bem mais que os 6,16% do IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) – a inflação oficial – no mesmo período. Ao mesmo tempo, a Região Metropolitana do Recife (RMR) apresenta a maior taxa de cobertura de planos de saúde individual e familiar – de 30,5% – entre todas as áreas metropolitanas do país.

 
O município de Ipojuca lidera com a maior cobertura assistencial, de 68,5% de planos de saúde, puxada pelo aumento do emprego no polo industrial do Porto de Suape e pela atividade turística em Porto de Galinhas. Em segundo lugar está o Recife, com 44,7%. Olinda ocupa o terceiro posto, com 33,5% de taxa de assistência médica privada. Na publicação, o órgão regulador mostra que a população coberta por planos privados passou de 21,7% em setembro de 2006 para 33,2% em setembro de 2012 na RMR. A maioria dos usuários (54%) está nos planos coletivos empresariais.
 
O boletim com dados econômicos-financeiros do setor de saúde privada comprova a concentração do mercado. Mais de 320 operadoras de assistência médica atuam na RMR, mas apenas quatro detêm quase 50% do total de 1,24 milhão de pessoas assistidas pelos planos de saúde. O conjunto de 301 operadoras menores fica com apenas 10% da fatia de usuários. As empresas de medicina de grupo lideram com 57,6% dos clientes do setor.
 
Na publicação, a ANS destaca o alto índice de sinistralidade das empresas do setor em todo o país, que atingiu o patamar de 82,4% em setembro de 2012, o mais alto dos últimos dez anos. Significa que os usuários usaram mais os serviços de saúde. Um dado preocupante é que a liquidez das operadoras é a menor desde 2009 e o nível de endividamento aumentou em todos os segmentos da saúde privada.
 
O diretor-adjunto de Normas e Habilitação de Operadoras da ANS, Leandro Fonseca, diz que a alta sinistralidade preocupa o órgão regulador num contexto de baixo crescimento econômico, porque afeta a margem de lucro das empresas. “Vamos aguardar o fechamento dos dados do ano de 2012. Se for identificado que é algo estrutural, a ANS terá que adotar medidas para que as empresas sejam sustentáveis e garantam a assistência ao usuário.”
 
Em relação à inflação da saúde privada superior ao IPCA em 2012, Fonseca argumenta que, conjunturalmente, é algo que ocorre no Brasil e no mundo. “Isso acontece porque o setor incorporou novas tecnologias e novos procedimentos e mais gente está sendo atendida pelos planos de saúde”, conclui. 

Fonte: Diario de Pernambuco

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