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Lula discute corte de gastos

14 de dezembro de 2006

 

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a discutir ontem com a equipe econômica as “maldades” que integrarão o programa econômico dos próximos quatro anos. São as medidas para conter os gastos do governo – cuja discussão vinha sendo mantida em segundo plano, porque se priorizaram as medidas de cortes nos impostos e os projetos de infra-estrutura. Na mesa, foram colocadas propostas para impedir que gastos com salários do funcionalismo público e com a área de saúde continuem crescendo no ritmo acelerado dos últimos anos.

As discussões serão retomadas hoje e, segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, a idéia é finalizar o pacote para anunciá-lo na semana que vem. O ministro comentou que Lula pareceu “bem mais animado do que nas (reuniões) anteriores”. Nos bastidores, trabalha-se para divulgar as medidas no dia 20, mas há dúvidas se elas estarão prontas até lá. Um dos participantes do encontro de ontem disse que não há data definida para anunciar o pacote, embora a ordem seja concluí-lo ainda este ano. Lula quer começar o segundo mandato com um programa econômico definido, e vem pressionando seus assessores a acelerar a elaboração de medidas.

Ontem, o presidente passou duas horas discutindo o pacote fiscal. Anteontem, foram 11 horas analisando as prioridades para a infra-estrutura. Apesar de haver demonstrado publicamente sua pouca disposição em discutir cortes nas despesas públicas, Lula ouviu ontem as sugestões para conter o crescimento dos gastos. “As maldades são aquelas que vocês têm noticiado”, disse um dos presentes ao encontro. O governo pretende colocar um freio no aumento das despesas com pessoal e saúde, permitindo que as verbas sejam reajustadas a cada ano conforme a variação do IPCA, mais um aumento real da ordem de 1,5%. O objetivo, com essa regra, é que essas despesas, que estão entre as maiores do governo federal, passem a crescer menos do que o conjunto da economia brasileira, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB).

Para a maior despesa do governo federal, o pagamento de benefícios da Previdência Social, a idéia é fazer economia só com melhorias na administração e no combate às fraudes.

Fonte: Jornal do Commercio

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