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Levy atrela salário à produtividade

14 de maio de 2015

LONDRES – O Brasil não pode continuar oferecendo reajuste de salários sem aumento da produtividade. A afirmação foi feita ontem pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante evento na capital britânica. "Sem um forte ganho de produtividade, não podemos apoiar salários mais altos", disse, durante abertura do "Brazil Capital Market Day", na Bolsa de Valores de Londres.

A uma plateia de investidores e analistas britânicos, Levy disse que a sociedade brasileira já teria entendido que os salários só podem subir com alguma contrapartida. "É útil que você tem mais a percepção entre os formadores de opinião, empregadores e população em geral de que o ganho em produtividade é essencial para manter os salários crescendo", disse. De acordo com o ministro, o tema salários versus produtividade está na agenda do governo. "É uma coisa em que nós estamos trabalhando em muitas das nossas medidas."

A defesa de Levy tem semelhanças com a opinião do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. Escolhido pelo tucano Aécio Neves como ministro da Fazenda em caso de vitória do PSDB nas eleições presidenciais de 2014, Fraga causou polêmica quando disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que era preciso ter melhor correlação entre o aumento do salário e a produtividade. "Mesmo as grandes lideranças sindicais reconhecem que, não apenas o salário mínimo, mas o salário em geral, precisa guardar alguma proporção com a produtividade, sob pena de, em algum momento, engessar o mercado de trabalho", disse Fraga em abril do ano passado, antes da campanha eleitoral. Aos investidores, Levy afirmou que o Brasil vem mudando as condições da economia para reduzir riscos e, assim, abrir espaço para o capital privado.

PROTESTO

Durante a viagem, Joaquim Levy foi recebido na Embaixada do Brasil em Londres por um grupo de servidores do Itamaraty em greve.

"Dedicados, abnegados e despejados, dizia um cartaz segurado pelo oficial de chancelaria Mário Chaves, 55, na porta da embaixada enquanto o ministro entrava por ela no prédio".

Fonte: Jornal do Commercio

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