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Leite, gado, feijão e cana: perdas na seca

22 de março de 2013

A Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária de Pernambuco (Sara) entregou à Universidade de São Paulo (USP) um levantamento das perdas provocadas pela seca na agropecuária. A instituição vai tabular os dados e apresentar o resultado na próxima semana. Em 12 meses da maior estiagem enfrentada pelo Nordeste nos últimos 40 anos, a produção de leite despencou 40%, o rebanho foi reduzido quase pela metade, o plantio de sequeiro de milho e feijão não existiu e a produção de cana-de-açúcar caiu 20%. O Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária encolheu 15% e impactou o desempenho da economia do Estado. A projeção era crescer 5% em 2012, mas o resultado foi 2,3%.

O secretário de Agricultura, Ranilson Ramos, destaca que a atividade leiteira foi uma das mais impactadas no Estado. A produção diária de 2,3 milhões de litros minguou para 960 mil. "Estamos falando de um ativo que o produtor demorou 30 anos para construir, com poucos incentivos de agentes financeiros. Das 110 mil propriedades leiteiras do Estado, 17% encerraram suas atividades", diz.
 
A escassez na produção também afeta toda a cadeia produtiva do leite, inclusive grandes indústrias que se instalaram na região, como Brasil Foods, Nestlé e Bom Gosto. A BR Foods inaugurou, em 2009, uma fábrica da Perdigão/Batavo no município de Bom Conselho (Agreste) com capacidade para processar 200 mil litros de leite por dia. "Hoje eles estão com 60% dessa capacidade ociosa por conta da falta de leite, processando apenas 80 mil litros por dia", afirma o secretário.
 
O rebanho pernambucano sofreu uma redução de 36%, saindo de 2,5 milhões para 1,6 milhão de cabeças. Dos 900 mil animais perdidos, 200 mil morreram de sede, 370 mil foram levados para outros estados e 330 mil foram abatidos precocemente. O secretário de Agricultura defende a necessidade de uma reestruturação das propriedades. "Visitei locais onde o produtor tinha 180 cabeças de gado, mas não dispunha de um açude para dar sustentação ao rebanho no caso de uma seca. É preciso estruturar essas propriedades da porteira para dentro. Cada uma precisa ter um poço, um açude", sugere.
 
SEQUEIRO
No Agreste e Sertão do Estado, os produtores de milho e feijão sequer conseguiram plantar ao longo de 2012. Foi um ano perdido. Levantamento da Sara aponta que dos 500 mil hectares agricultáveis, 370 mil deixaram de produzir.
 
A produção de milho e feijão se limitou à área irrigada. "Apesar das perdas, a diferença dessa seca foi o fato de não ter flagelo humano, por conta de programas de transferência de renda, como Bolsa Estiagem, Garantia Safra e Chapéu de Palha. Ninguém chegou para pedir uma cesta básica", afirma Ramos. Os programas atendem a 150 mil famílias no Estado, com repasses mensais de R$ 80 e R$ 136.

Fonte: Jornal do Commercio

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