O governo do Estado resolveu endurecer ainda mais a fiscalização para identificar infrações de trânsito, principalmente o descumprimento à lei seca. Depois de conseguir uma redução de 10% nas infrações relacionadas a alcoolemia nas festas de final de ano, o objetivo agora é uma redução nos números durante o Carnaval. O Comitê Estadual de Prevenção de Acidentes com Motos alertou que o Carnaval de 2013 vai receber mais operações, que serão ainda mais detalhistas e intensas.

 

O objetivo do comitê é triplicar a quantidade de carros fiscalizados. Hoje são nove equipes responsáveis pela Operação Lei Seca, cada uma delas abordando cerca de 500 veículos por dia. A meta é que o número cresça para 1.500 carros, por cada equipe.

 

"Para o Carnaval, o projeto já está pronto. A ideia é que a cada três carros que cheguem aos focos de folia, sejam abordados 1,5 veículos. Na média, a metade deles", disse o médico João Veiga, coordenador do comitê, em entrevista ontem, na Rádio JC/CBN. As operações vão checar, principalmente, os casos de motoristas alcoolizados.

 

Os pontos de bloqueio serão montados nas principais vias de circulação do Carnaval. Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes receberão atenção especial. Assim como as rodovias de acesso para as praias.

 

"Esperamos que as pessoas tenham consciência, porque vamos ser mais rígidos na fiscalização, principalmente nos dias de folia", disse João Veiga.

 

Outra preocupação está relacionada com as motos de 50 cilindradas, ou de potência menor, conhecidas como cinquentinhas. Para o comitê, as prefeituras já deveriam ter obrigado o emplacamento dessas motos, porque esse ato é de responsabilidade dos municípios.

 

João Veiga disse que está preocupado com a falta de fiscalização por parte dos municípios. Para o comitê, as campanhas e fiscalizações, principalmente nas cidades do interior pernambucano, devem ter a parceria direta dos gestores municipais.

 

"Um paciente que vai para o Hospital da Restauração, vítima de acidente de moto, por exemplo, custa em média, 152 mil reais,", explicou. "Se houvesse a fiscalização mais intensa das prefeituras, não teríamos tantos acidentes", disse.

 

Ontem a Polícia Rodoviária Federal divulgou o balanço das estradas, durante a Operação Fim de Ano 2012. Foram registrados 233 acidentes com 22 mortes e outros 151 feridos. Durante a operação em 2011, foram anotados 266 acidentes, com 148 feridos e 19 mortos.

 

Apesar do número de mortos ter superado o do ano anterior, 2012 teve 13 dias de operação. Em 2011 foram 11 dias. "Em números absolutos, tivemos três mortes a mais. Só que o número de dias de operação foi maior", explicou o assessor de comunicação da PRF, inspetor Eder Rommel.

 

Com isso, a média diária de mortos foi menor. "Tivemos 1,72 mortos por dia em 2011. Já em 2012, foram 1,69 vítimas fatais, em acidentes nas estradas", citou Rommel.

 

No País, a PRF registrou 126 mortes nas rodovias federais. Um total de 2.842 acidentes, que deixaram 1.698 pessoas feridas.