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Informatização diminui a força de fiscal grevista

12 de fevereiro de 2006

Os servidores da secretaria da Fazenda estão parados, mas o Estado continua funcionando. Graças à crescente informatização do Fisco, hoje uma greve dos auditores traz prejuízos, mas não tem mais a mesma força que tinha antigamente, quando derrubar secretários da Fazenda era um desfecho comum.

Uma série de recursos foram aplicados na modernização da máquina arrecadatória. A principal iniciativa foi o Programa de Modernização da Administração Fazendária (Promofaz). Com ele, a apuração mensal de ICMS nas empresas pôde ser substituído por informações digitais, em vez de antigos livros manuais.

No site da Fazenda, mais de 60 operações podem ser feitas diretamente pelos contribuintes. E, inclusive, alguns aplicativos desenvolvidos aqui são usados no restante do Brasil. “Fizemos um projeto para o Conselho Nacional de Política Fazendária, de guia nacional de recolhimento, usado em todo o Brasil”, comemora José Rangel Filho, coordenador da ATI, antiga Fisepe.

O Estado também acaba de investir R$ 1,1 milhão na compra de um novo mainframe que vai duplicar o poder de processamento dos sistemas fazendários. “Uma nova plataforma vai entrar em abril, mas por mais três anos esse mainframe vai garantir um processamento mais rápido dos aplicativos atuais”, garante o técnico. “Com certeza o contribuinte hoje é melhor atendido. Os processos são mais ágeis e isso dá um ganho de produtividade”, afirma. Um exemplo é o Fura Fila, em que um caminhão já chega no posto fiscal com a nota previamente informada pela transportadora. “Isso evita a parada para digitação da nota. A ação fiscal fica mais rápida”, diz.

Entre os empresários, a percepção é que é possível passar incólume por uma greve, caso os sistemas funcionem perfeitamente. “A crescente informatização minimiza os danos de uma greve. Mas se tiver algum problema em posto fiscal, ainda é preciso ir no próprio domicílio fiscal”, diz Jacileide Lemos, responsável pela área contábil da Karne & Keijo. A empresa movimenta por mês cerca de 300 caminhões que cruzam as fronteiras de Pernambuco. “Com o certificado digital, muita coisa avança. O auditor em greve atrapalha, mas não como antes”, diz. Mesmo assim, a empresa precisa estar alerta, porque qualquer interrupção numa carga pode atrapalhar as vendas ao cliente final.

“E está de greve é? Eu falei com o 0800 na quarta-feira”, disse a responsável pela área contábil da Figueiras Calçados, Eliane Borges. Ela afirma que a empresa não está sofrendo com a paralização porque, praticamente, todos os processos podem ser acessados pela Internet. E mesmo o recolhimento de imposto é automatizado, por meio dos emissores de cupom fiscal (ECF).

Marcos Ramos, da Pamesa, diz não ter sentido prejuízos com a greve. “Hoje os processos estão muito informatizados. Na nossa administração não sentimos nenhum prejuízo”, informou. O presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais de Pernambuco (Sindifisco), Jorge Amaral, discorda que a informatização enfraqueça o movimento grevista. “O auditor ainda é indispensável”, diz.

Fonte: Jornal do Commercio

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