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Indústria salva a economia do Estado

5 de dezembro de 2012
O nível de investimento e o desempenho da indústria contribuíram para Pernambuco manter sua trajetória de crescimento econômico acima da média nacional. No terceiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) pernambucano cresceu 1,4%, na comparação com igual período de 2011. O resultado superou em quase uma vez e meia o desempenho do Brasil, que não decolou na retomada da atividade econômica e fechou o trimestre com um "pibinho" de 0,9%.
 
A construção civil foi mais uma vez o alicerce do dinamismo do Estado. O setor apresentou crescimento de 7,1% no trimestre e também içou a indústria de transformação. Com canteiros de obras públicas e privadas espalhadas por Pernambuco, a construção incentivou os segmentos de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (19,7%), produtos de metal (19,6%) e minerais não metálicos (7%). O empurrãozinho fez o setor crescer 1,3%. O estímulo federal ao setor automobilístico, com a redução do IPI também resvalou no Estado, com o crescimento da produção de baterias para fornecimento às montadoras de veículos.
 
"Apesar do momento delicado no contexto global, a indústria pernambucana manteve seu crescimento numa tendência contrária ao que acontece no Brasil. No acumulado do ano, o setor registrou alta de quase 6%", comemora o secretário estadual de Planejamento, Frederico Amâncio. A indústria nacional vem patinando desde o quarto trimestre de 2011, cravando taxas negativas. No Estado, a atividade aponta expansão desde o terceiro trimestre do ano passado. "O ciclo deverá se manter porque várias indústrias estão entrando em operação, a exemplo da Nissin-Ajinomoto (em Glória do Goitá) e da PetroquímicaSuape, que deverá iniciar o funcionamento de sua primeira fábrica ainda este ano", adianta.
 
Principal atividade econômica do Estado, o setor de serviços também registrou expansão, com taxa de 1,4%. Um fato que chamou atenção foi a taxa do comércio, que andou de lado (-0,7%). "O comércio varejista cresceu 1,8%. A queda foi no atacado (0,9%) e no comércio autônomo (7,8%)", assinala o diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Condepe/Fidem, Rodolfo Guimarães.
 
Os resultados da forte estiagem que atinge o Nordeste voltaram a puxar para baixo o desempenho da agropecuária, com taxa negativa de 4,5%. As lavouras temporárias foram as mais prejudicadas. A produção de milho despencou 61,9% e a de feijão (61,2%). As lavouras permanentes, que contam com irrigação, conseguiram avançar. Na pecuária, a produção bovina encolheu 31,2%.
 
Crise global fez o PIB do Estado desacelerar
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima da média nacional não quer dizer que Pernambuco está imune à crise global. Entre julho e setembro, a atividade econômica sofreu forte desaceleração na comparação com os trimestres anteriores e com o do ano passado. No início de 2012, o governo do Estado apostava numa taxa de crescimento de 5%. As contas foram revistas duas vezes e agora se fala numa taxa entre 2% e 2,5%. Será um "pibinho" se o parâmetro for a taxa inicialmente projetada e o resultado dos últimos anos.
 
A economista Cláudia Pereira, da Agência de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem), calcula que para alcançar uma taxa anual de 2,5%, o PIB terá que crescer entre 2,7% e 2,8% no quarto trimestre. Tradicionalmente é o período mais forte do ano, em função da onda consumista do fim de ano, que aquece os setores de indústria e serviços.
 
No primeiro trimestre de 2012, o PIB pernambucano havia registrado taxa de 3,7%. Encolheu para 1,9% no segundo trimestre e volta a desacelerar no terceiro (1,4%). A indústria, que tem apresentado o melhor desempenho entre os setores, também perdeu dinamismo. A taxa exuberante de 9,5% no primeiro trimestre, perdeu força para 5,8% no segundo trimestre e minguou para 1,5% no terceiro trimestre.
 
A mesma trajetória declinante foi percebida no setor de serviços com taxas de 3,6%, 2% e 1,4%, respectivamente, nos três primeiros trimestres do ano. Em função da seca, o desempenho da agropecuária vem diminuindo desde o segundo trimestre de 2011. O cenário se agravou a partir dos primeiros três meses de 2012, quando despencou 33,2%. Apesar das dificuldades da estiagem, o setor vem se recuperando da trajetória de queda, que no segundo trimestre fechou em 17,3% e no terceiro trimestre reduziu a taxa negativa para 4,5%.
 
"Essa recuperação da agropecuária é resultado de alguns programas desenvolvidos pelo governo de Pernambuco em parceria com o governo federal para enfrentar a seca", destaca o secretário de Planejamento, Frederico Amâncio. Hoje, o governador Eduardo Campos anuncia a aquisição de 120 mil toneladas de cana-de-açúcar para manutenção dos rebanhos bovino, caprino e ovino. No terceiro trimestre, a produção bovina caiu 31,2%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
 
"O início de 2013 ainda deverá der difícil para a agropecuária. As lavouras poderão apresentar melhor resultado, mas a pecuária tem uma recuperação mais lenta", diz Amâncio.
 
Mesmo com o panorama global ainda nebuloso, o governo de Pernambuco compartilha com o governo federal a opinião de que a economia do País e do Estado terá uma recuperação maior em 2013. "Muitos empreendimentos ainda estão em fase de construção e outros vão entrar em operação. Vamos crescer", conclui Amâncio.

Fonte: Jornal do Commercio

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