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Idosos devem a bancos R$ 89 bi em consignado

4 de abril de 2016

Conquistar a tão sonhada aposentadoria não garante vida tranquila a milhares de brasileiros. A falta de planejamento e, muitas vezes, de conhecimento, além da carestia, impediram que poupassem na idade ativa para custear o aumento de gastos na velhice. A queda na renda após o requerimento do benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) faz com que precisem recorrer a empréstimos para fazer frente às despesas com remédios, planos de saúde e até mesmo para pagar despesas básicas. E o que é pior, em meio à crise econômica e ao desemprego crescente, alguns idosos passaram a sustentar a família.

Essa realidade fica clara quando são analisados indicadores de crédito. Apesar de os dados do Banco Central (BC) apontarem que o estoque de financiamentos está em forte desaceleração — nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro, apresentaram crescimento de apenas 5,3% e somente no primeiro bimestre encolheu 1,1% — o consignado para aposentados e pensionistas do INSS mantém expansão na casa de dois dígitos. Entre março de 2015 e fevereiro deste ano, acumulou alta de 12,4%. Nesse período, o total de empréstimos passou de R$ 81,2 bilhões para R$ 89,6 bilhões. Somente em janeiro e fevereiro, a elevação foi de 4,3%.

O aposentado Francisco Martins Ferreira, 75, recorreu ao consignado para reduzir o gasto com juros do cheque especial, que em fevereiro chegou a 293,9% ao ano. Ele admite que não é organizado financeiramente nem mesmo a renda extra que recebe com o aluguel de um imóvel tem sido suficiente para custear despesas. “Avancei o sinal e fiz muitas dívidas, prefiro dever o consignado, que tem parcelas mais baratas. Com a crise, reduzi o aluguel em 15% para manter a renda. O custo de vida está muito alto e os gastos só aumentaram nos últimos anos”, conta.

Cuidados
Os especialistas advertem para o perigo de parte significativa da aposentadoria acabar destinada ao pagamento de parcelas de consignado. O economista Ricardo Rocha, professor do Insper, explica que, diante da crise, a renda dos mais velhos acaba por segurar o orçamento familiar. “O desemprego tem levado filhos e netos a apelarem para pais e avós para manter em dia a mensalidade da escola dos filhos ou a prestação do carro ou da casa própria, muitas vezes por meio de empréstimos consignados”. (Do Correio Braziliense)

Fonte: Diario de Pernambuco

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