O horário de verão vai terminar à zero hora do próximo domingo, dia 17. Terão que atrasar os relógios em uma hora os moradores das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste e os que estão no Estado do Tocantins, no Norte do País. A alteração ficou em vigor por quatro meses e ocorre, ininterruptamente, desde 2008. O objetivo é reduzir a demanda pela energia no período de maior pico de consumo, que vai das 18h às 21h. Pernambuco, assim como os demais Estados do Nordeste, não aderiu à iniciativa. Localmente, a modificação atingiu a programação da televisão e a hora de chegada e partida de voos.

 

A expectativa do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é de uma economia de R$ 282 milhões. Esse valor é 56% maior que os R$ 180 milhões economizados no horário de verão anterior. Isso ocorreu porque este ano uma parte da energia que deixou de ser consumida seria gerada por térmicas, que têm um custo mais alto do que o das hidrelétricas. A matéria-prima usada pelas hidrelétricas é a água, enquanto as termelétricas usam óleo ou gás natural.

 

A redução da demanda de energia no horário de ponta (entre 18h e 21h) é de até 4,5% (2.255 megawatts), segundo informações do Ministério de Minas e Energia. A modificação tem produzido uma redução média de 4,6% na demanda por energia no horário de maior consumo nos últimos 10 anos, ainda de acordo com o ministério. Isso significa duas vezes a carga no horário de ponta da cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, para o sistema Sudeste-Centro-Oeste ou 75% da demanda da cidade de Curitiba (no Paraná) no sistema do Sul.

 

Além da economia, a modificação aumenta a segurança no sistema elétrico brasileiro. O verão é a estação em que mais se gasta energia. Como a redução ocorre no horário do pico de consumo, as redes de transmissão ficam menos sobrecarregadas, diminuindo a probabilidade de ocorrerem problemas provocados pelo aumento da demanda, como blecautes.

 

Desde 2008, um decreto presidencial estabeleceu datas fixas para o início e término do horário de verão. Ele começa sempre no terceiro domingo de outubro e vai até o terceiro domingo de fevereiro. Quando o seu término coincide com o Carnaval, é adiado por mais uma semana.

 

O Nordeste não adere à iniciativa porque nas vezes em que ela foi adotada na região não resultou em economia significativa. As pessoas acordavam ainda no escuro e tinham de usar a luz artificial, gastando mais energia.

 

O nível dos reservatórios do subsistema elétrico Sudeste/Centro-Oeste continua a subir e chegou ontem a 42,9%, segundo dados divulgados pelo ONS. No início deste ano, eles estavam com cerca de 28% da capacidade. No subsistema Nordeste, os níveis dos reservatórios atingiram 38,6% ontem.