Será a primeira vez que os governadores nordestinos se reúnem desde de 2004 com o objetivo de manter a unidade para a realização de pleitos junto ao presidente Lula. Na década de 90, antes do esvaziamento da Sudene, os encontros do Conselho Deliberativo da autarquia eram o fórum de discussão das políticas públicas e dos investimentos para a região. Com a extinção do órgão (cuja recriação – em fase de regulamentação – foi defendida pela maioria dos governadores), as reuniões dos governadores rarearam e, conseqüentemente, o grupo perdeu força. Agora, pretende recuperar prestígio.

A reunião também deve ser observada por outro ângulo, pode elevar um dos participantes a líder do grupo, o que garantiria mais espaço e visibilidade no âmbito nacional. A liderança regional é disputada pelos governadores Eduardo Campos (Pernambuco), Jacques Wagner (Bahia) e Cid Gomes (Ceará). Os três possuem boa interlocução com os colegas e trânsito no Planalto, além de terem ambição de alçar vôos maiores. E devem dividir as atenções com o governador mineiro, Aécio Neves (PSDB), que prepara uma “agenda da Federação”, um conjunto de propostas de interesse dos estados. O tucano, já considerado pré-candidato à presidência em 2010, pretende levar o documento à a Brasília (DF) em fevereiro.

O encontro, de um dia inteiro, contará com a participação dos ministros Dilma Rousseffe Fernando Haddad, da Casa Civil e da Educação, respectivamente, e tem a presença confirmada de todos os governadores da região. Há a possibilidade de outros ministros comparecerem, como o da Integração Nacional, Pedro Brito, que faria uma apresentação sobre a Sudene. A pauta foi elaborada em conjunto pelos chefes executivos, através da troca de telefonemas e e-mails, e, além dos investimento e do PPI, o impacto nas finanças dos estados com a implantação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação Básica (Fundeb), a recriação da Sudene e a reforma tributária.