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Gastos do governo crescem em setembro
26 de outubro de 2006
BRASÍLIA – O superávit primário acumulado em 12 meses pelo setor público (governo central, Estados e municípios e empresas estatais) caiu para 4,28% do Produto Interno Bruto (PIB) em setembro, ficando muito próximo da meta fixada para o ano (4,25% do PIB). Segundo o Banco Central (BC), o superávit, que representa a economia do governo para pagar os juros da dívida pública, somou R$ 87,53 bilhões nesse período, abaixo dos R$ 90,53 bilhões acumulados até agosto, que correspondiam a 4,45% do PIB.
A redução no resultado acumulado se deveu basicamente ao desempenho mais fraco das contas públicas no mês de setembro, causado pela antecipação de metade do 13º salário para aposentados e pensionistas do INSS. A antecipação gerou uma despesa adicional de R$ 5,8 bilhões e reduziu o superávit do governo central (Tesouro Nacional, BC e Previdência) a apenas R$ 65 milhões no mês passado. O volume é inferior aos R$ 459 milhões divulgados pelo Tesouro Nacional na terça-feira porque o BC apura o resultado por uma metodologia diferente. Foi o pior resultado do governo central desde setembro de 1998, quando houve déficit primário de R$ 1,22 bilhão. Em setembro de 2005, o saldo havia sido positivo em R$ 2,93 bilhões e em agosto de 2006 em R$ 7,23 bilhões.
Com o governo central quase no vermelho, o superávit do setor público consolidado caiu para R$ 4,58 bilhões em setembro, o menor resultado desde janeiro deste ano, quase três vezes inferior ao verificado em agosto e 65,3% menor do que os R$ 7,57 bilhões registrados em setembro do ano passado. O resultado só não foi pior por causa do bom desempenho dos governos regionais e das empresas estatais. Estados e municípios contribuíram com um saldo de R$ 1,99 bilhão, resultado que ficou acima da expectativa do BC e foi o melhor já registrado em meses de setembro. As empresas estatais entraram com R$ 2,52 bilhões. De janeiro a setembro, o superávit primário do setor público ficou em R$ 80,53 bilhões, o equivalente a 5,29% do PIB do período.
“O resultado de setembro foi fortemente afetado pela Previdência. Quando se examina as demais esferas de governo, todas estão tendo comportamento natural”, ponderou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. Ele explicou que em dezembro, mês em que tradicionalmente há déficit primário, o efeito da antecipação será inverso, levando as contas públicas a um desempenho melhor do que em anos anteriores. Por isso, ele afirmou que a meta fiscal de 4,25% do PIB não está em risco.
Fonte: Jornal do Commercio
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