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Flávio Leandro se despede dos palcos

9 de julho de 2022

O poeta, compositor e cantador Flávio Leandro está se despedindo dos palcos. Para a Diretoria Colegiada do Sindifisco-PE é uma honra tê-lo como colega e filiado, além da gratidão pelas vezes em que tivemos a oportunidade de contar com o seu talento em nossos eventos: como a Festa Junina, em 2018, e a Live Junina, em 2020.

O nosso secretário-Geral, Wildes Jackson, escreveu uma homenagem, como fã e amigo de Flávio, em que relembra sua grande obra e como a história de sua vida e de suas músicas se confundem ao ponto de se tornarem uma só. Confira:

Foi embalado nas vivas notas soltas, espalhadas por Seu Teté e Dona Izinha, seus genitores, que o poeta Flávio Leandro teve a sabedoria de juntá-las e tecer sua base de inspiração, construindo um rico acervo cultural que alimenta as belas canções que alegram a grande nação nordestina, espalhada por esse país continente. A sofisticação de sua obra repercute a influência do nosso rei do Baião, Luiz Gonzaga, a quem o poeta reverencia a cada apresentação, em cada palco que se apresenta. O ambiente, o solo esturricado que ressurge viçoso quando a chuva reaparece, com a sua gente que alterna o sofrimento da lida diária com a alegria aflorada dos acordes do forró. O cenário contemplativo, a sua Bodocó, a pedra do Claranâ e tudo o mais que se associa a sua gente e ao seu lugar. Dessa mistura resultou um artista talentoso, cuja simplicidade e empatia com o público são marcas inseparáveis de seu estilo.

O poeta Flávio começa a produzir seus lampejos poéticos por volta dos 13 anos de idade, e a partir de então vem contribuindo com a arte através de seus versos que invocam a espiritualidade da alma com a riqueza da mãe natureza. A sua primeira aparição pública ocorreu no Festival Sementes da Vida, em 1985, em que o intérprete vocaliza composições de sua autoria. Em 1997, lança o seu primeiro CD, intitulado Travessuras. É dessa época que conheci o artista, que até então era o colega de trabalho, Flávio Leandro. Nessa ocasião, convenci-o a se apresentar na Festa da Rapadura, tradicional festa do Rotary Club de Barbalha, cidade fincada no sopé da Chapada do Araripe, como é chamado o nosso conjunto de planícies e serras. Em uma de suas letras, Chaparipe, o nosso artista descreveu essas terras, onde também está localizada a cidade de Bodocó, seu berço natal. Dessa época se inicia a sua fase de shows. Nessa fase, já não é somente o Flávio Leandro, mas uma família que respira musicalidade. Os seus shows contam sempre com a presença da Baixinha, como, carinhosamente, o artista trata a inseparável companheira de todas as horas, sua esposa Ciça Leandro. O lado família do compositor sempre esteve presente, ao ponto de algumas de suas letras musicadas trazerem o nome de seus filhos, que também enveredaram pelo caminho da música.

Vinte e Cinco anos de shows, de pé na estrada, muitas cidades visitadas e milhares quilômetros percorridos, na sua maioria pela madrugada, muita emoção e interação compartilhada com os milhares de fãs, a família, após refletida análise, entendeu que era hora de se afastar dos palcos. Nas palavras de Flávio: “O palco é lúdico, é uma mistura indescritível de sentimentos e trocas com a nossa galera, mas, também, cansa o corpo, e chega uma hora em que a forma de gerar entretenimento requer uma ressignificação, e aí precisamos utilizar a tecnologia para garantir que cheguemos aos nossos fãs por mais tempo”. Continua o artista esclarecendo que o assunto relativo ao palco vem sendo maturado desde 2013, e que agora é o momento para implementá-lo.

O sábio toma a sua decisão apoiado na prudência, sensatez e conhecimento, sobre si mesmo e sobre o ambiente que o cerca. Dos fãs amigos e colegas ficam o respeito à sua decisão e o carinho de sempre.

Wildes Jackson, secretário-Geral do Sindifisco-PE

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