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Explicação bem distante

18 de agosto de 2014

Os peritos norte-americanos que acompanham as investigações sobre o acidente que matou o ex-governador Eduardo Campos na semana passada, em Santos, preveem que o trabalho de apuração levará cerca de um ano para ser concluído. Ontem, três técnicos dos Estados Unidos, integrantes da Federação Americana de Aviação (FAA), e peritos do Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aéreos (Cenipa) passaram três horas buscando peças do avião no local do acidente, no Bairro Boqueirão. No final da manhã, o grupo foi para a Base Aérea do Guarujá, onde técnicos da Força Aérea Brasileira (FAB) estão remontando partes do avião para apurar as razões da queda.

“Vamos ficar aqui em Santos por uma semana, para colher todos os materiais possíveis. E só depois iniciar os trabalhos de investigação nos EUA”, avaliou um dos peritos norte-americanos. Junto com o grupo estão representantes da Cessna Aircraft Company, fabricante da aeronave, e da Pratt & Whitney, fabricante do motor. Os peritos pediram à PM que quatros imóveis de um prédio e a academia atingida pela aeronave permaneçam interditados.

Ontem, o chefe do Cenipa, brigadeiro Dilton Schuck, afirmou que ainda não é possível confirmar se o avião pegou fogo antes de cair. Várias pessoas que moram próximas ao local do acidente contaram em depoimentos que viram a aeronave em chamas ainda no ar, o que pode indicar falhas mecânicas no avião. “Não podemos confirmar que o avião pegou fogo no ar, porque não há nenhuma evidência disso. As pessoas são muito sugestionáveis”, disse Schuck, chefe das investigações.

Segundo o brigadeiro, a complexidade do acidente impede a definição de um prazo para a conclusão das investigações. Os diálogos entre os pilotos e a torre de comando, que ajudariam na apuração para identificar o que aconteceu nos momentos que antecederam a queda, já foram descartados da investigação, uma vez que os gravadores não registraram as conversas. “Há acidentes que, de cara, nós que somos da área, já podemos traçar desde o início as causas plausíveis. Não é o caso. Esse acidente é muito mais complexo, revertido num clima de mistério”. 

O desafio será levantar, por meio dos destroços recolhidos no local, até que ponto as condições meteorológicas atrapalharam a manobra após o avião arremeter. O comando aéreo autorizou o pouso do jato Cessna na Base Aérea de Santos ressaltando que o procedimento fosse feito por meio de instrumentos e não visualmente. A possibilidade de que os pilotos tenham sofrido “desorientação espacial”, o que pode ocorrer quando o avião faz uma curva dentro de nuvens, também está sendo levada em conta.

Sobre a falta das gravações de cabine na caixa-preta do avião, o brigadeiro informou que não é possível saber os motivos de o aparelho não ter registrado os diálogos durante o voo. “Pode ter sido falta de manutenção ou uma falha técnica, como falta de alimentação elétrica”, disse o brigadeiro. No velório de Campos, o governador João Lyra disse acreditar no envio das caixas-pretas do avião aos EUA para uma tentativa de recuperar as gravações.

Fonte: Diario de Pernambuco

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