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Estado dobra recuperação de débitos
27 de dezembro de 2009
A carga tributária brasileira é um assunto que provoca bastante debate, pelo alto percentual, com impacto principalmente para a faixa da população que recebe os menores salários. Uma das formas de reduzir os tributos, ou pelo menos fazer um pouco de justiça fiscal, está na cobrança aos sonegadores. Um trabalho difícil, realizado em nível local pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), que nos últimos anos tem conseguido resultados bem acima da média na recuperação de débitos da dívida ativa.
Desde 2007, a recuperação de recursos devidos soma R$ 169 milhões, um percentual 100% maior do que os R$ 83,3 milhões dos três anos anteriores. Apenas em 2008, a PGE conseguiu arrecadar R$ 73,8 milhões em dívidas atrasadas. O valor é 412% mais alto que os R$ 14,4 milhões recuperados em 1999. São recursos que entram no Orçamento Geral do Estado e são revertidos para a população com investimentos em áreas sociais, como educação e saúde.
“Entre 1999 e 2006, a recuperação de débitos atrasados pela Procuradoria somou R$ 167,3 milhões, enquanto entre 2007 e novembro deste ano, o total recuperado é de R$ 175,4 milhões. O resultado foi possível pelo trabalho em conjunto realizado na instituição, colocando a recuperação das dívidas como prioridade”, diz o procurador-geral, Tadeu Alencar.
Uma das justificativas para o montante recuperado está na consultoria da organização não-governamental Movimento Brasil Competitivo (MBC), presidido pelo empresário Jorge Gerdau. Segundo Tadeu Alencar, a consultoria na área de gestão prestada pelo MBC tem sido essencial no acompanhamento dos processos e na hora de elencar as prioridades na hora de correr atrás dos devedores.
Dos 134 procuradores estaduais, apenas 15 são responsáveis por cerca de 120 mil processos de execução fiscal ativos em Pernambuco, de acordo com dados fornecidos pela PGE. Ao todo, os débitos somam R$ 9 bilhões. “Sabemos que a nossa estrutura é enxuta e por isso tivemos que estabelecer prioridades na hora de buscar estas dívidas”, detalha Alencar.
Entre os critérios utilizados, o primeiro foi ir atrás dos grandes devedores – com débitos acima de R$ 1 milhão. Em seguida, analisar quais os processos mais antigos, para evitar a prescrição. Outra preocupação está em analisar os segmentos econômicos e a capacidade financeira dos devedores. “Também nos preocupamos com a questão do acompanhamento das comarcas. Com um volume tão grande, é preciso utilizar elementos gerenciais que permitam melhorar o sistema”, diz o procurador.
Modernização – Um dos mecanismos que tem contribuído para uma maior eficiência na hora de cobrar os impostos devidos em Pernambuco é a Lei Complementar 105/2007, que permite aos procuradores estaduais, entre outras coisas, deixarem de recorrer em questões nas quais os tribunais superiores já se posicionaram contrariamente, e também a negociar os débitos, de forma que sejam pagos, sem prejuízo aos cofres públicos, mas em acordo também com os devedores.
“No caso de não recorrer em determinados casos, onde o procurador já sabe que perderá a ação, mas apenas protelava o processo porque não podia desistir da causa, é uma questão de cidadania – pois acaba com a via-crúcis de quem passa a ter seu direito reconhecido – e também contribui para a celeridade da Justiça”, diz Alencar. Já a possibilidade de negociar os débitos dá ao estado a garantia de receber o dinheiro devido e às empresas a possibilidade de se regularizarem. “Em vez de insistir em receber R$ 10 milhões de uma empresa que não pode pagar, o procurador ganhou a possibilidade de negociar um valor menor, ou parcelado, que é realmente pago aos cofres do estado”, comemora o procurador.
Fonte: Diário de Pernambuco
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