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Eduardo traça meta ousada e diz ajudar Dilma
16 de janeiro de 2013Apesar dos alertas públicos que tem feito sobre o impacto da crise econômica no País em 2013, o governador Eduardo Campos (PSB) anunciou, ontem, uma projeção ousada. Segundo ele, o governo do Estado, neste ano, irá ampliar em R$ 400 milhões sua capacidade de investimentos, que subirá para R$ 3,5 bilhões (leia matéria abaixo). O anúncio da meta administrativa veio, no entanto, com um forte ingrediente político.
Campos repetiu o discurso de que é preciso "ajudar" a presidente Dilma Rousseff (PT) a "vencer o ano de 2013" e fez questão de incluir sua decisão de aumentar a cota de investimentos do Estado como parte de sua contribuição ao governo federal. "Queremos ter um ano melhor do que tivemos em 2012, dando nossa contribuição com um aumento expressivo de investimentos. Se todo mundo fizer o que estamos fazendo aqui, com certeza, o resultado será bom para o País", disse, após quatro horas de reunião com todo o seu secretariado em que ainda foram definidas as 361 metas da gestão para este ano.
Entre as estratégias a serem adotadas para alavancar os investimentos, ele listou o corte de custeio em algumas áreas da gestão. Também declarou que os investimentos serão aumentados proporcionalmente em cada setor. "É muito importante essa atitude para que possamos ter um ano bom para o País. É uma atitude para ajudarmos a ganhar 2013", reiterou.
O governador negou, porém, que a decisão esteja relacionada com a conversa que teve, na segunda-feira (14) com a presidente Dilma Rousseff. Disse apenas que comunicou à presidente sobre a questão. "Ela disse que era importante. O governo federal também está procurando ampliar investimentos. São gestos que ajudam", completou. Ao mesmo tempo em que reforça que está colaborando com a presidente, Eduardo também quer mostrar que está saindo na frente do próprio governo federal. "Qual a palavra de ordem? Não é aumentar investimentos? Vamos aumentar investimentos."
O governador também voltou a dizer que não é o momento de "eleitoralizar" o debate político diante do que classificou como "extensa pauta econômica que o Brasil precisa enfrentar". Questionado sobre a candidatura do deputado federal Júlio Delgado (PSB) à presidência da Câmara Federal e a disputa por espaço com o PMDB, o socialista desconversou, dizendo que o assunto compete apenas à bancada. Em relação à visita de Dilma ao Estado, marcada para o dia 18 de fevereiro, ele relatou que a agenda não está definida, mas que não deverá se restringir às áreas atingidas pela seca.
Governo fará ginástica para garantir aumento
Não é pequena a ginástica financeira que o governo do Estado terá que fazer ao longo de 2013 para garantir o aumento de 17,7% no volume de investimentos. Há dois grandes obstáculos que podem atrapalhar o planejamento do governador Eduardo Campos: o inevitável crescimento da máquina estadual e as incertezas que rondam a arrecadação própria em 2013. As dificuldades são tão escancaradas que, com apenas 16 dias, o Palácio do Campo das Princesas não viu outra saída se não consumir R$ 50 milhões – que representam mais da metade do valor orçado – da chamada reserva de contingência, poupança feita no orçamento para emergências financeiras e que até então estava estimada em R$ 90,42 milhões para este ano.
O primeiro grande desafio será reduzir R$ 350 milhões em despesas de custeio. É quase a conta do impossível, pois a inauguração de novas escolas e UPAs, dentre outros equipamentos, frutos justamente de investimentos, exige mais gastos, como merenda, manutenção, energia, água, limpeza, etc. Sem contar que em 2012, ano de aperto, a tarefa de "transformar despesa ruim em despesa boa" gerou uma economia de R$ 200 milhões. Ou seja, a meta ambiciosa é ampliar os cortes em 75%.
O segundo obstáculo reside no fato de 2013 ser um ano de incertezas. Ainda não há garantias de que em fevereiro ocorrerá repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE). E a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) depende do desempenho da economia e já começa com menos R$ 120 milhões, resultado das mudanças promovidas pelo governo federal para reduzir o valor da conta de energia.
Em 2012, ano recorde de investimento, dos R$ 3 bilhões aplicados pouco mais de R$ 743 milhões foram de recursos saídos diretamente dos cofres do Estado. O restante veio de financiamentos (R$ 2,309 bilhões). O que o governador anunciou ontem, na prática, é duplicar a aplicação de dinheiro próprio, chegando a cifra inédita de R$ 1,1 bilhão. Isso porque as previsões da Secretaria de Planejamento e Gestão são de que os empréstimos respondam por R$ 2,4 bilhões dos aportes de 2013.
Fonte: Jornal do Commercio
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