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Decisão sobre greve só dia 18
10 de setembro de 2014Apesar de se mostrarem divididos, entre a emoção e a prudência, motoristas, cobradores e fiscais decidiram esperar até o próximo dia 18 para votar a possibilidade de nova greve. Nas duas assembleias realizadas ontem, pela manhã e à tarde, na sede do Sindicato dos Rodoviários, em Santo Amaro, área central do Recife, os pouco mais de cem participantes registraram inconformismo com a redução do percentual de reajuste do tíquete-alimentação de 75% (R$ 300) para 10% (R$ 188,10), mas optaram por seguir a orientação jurídica de adiar uma reação.
A ideia é esperar a publicação da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que definiu em 10% os reajustes de salários e tíquete-alimentação, na última segunda-feira, e o julgamento do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-PE) sobre a legalidade das três paralisações realizadas pela categoria em agosto.
O Pleno do TRT-PE faria o julgamento ontem, mas o presidente, desembargador Ivanildo Andrade, propôs o adiamento da decisão, sugerindo nova audiência de conciliação entre as partes. Caso não se chegue a um consenso, a avaliação ocorrerá no dia 18, às 11h. "Esse adiamento não ocorreu à toa, querem que a gente cometa um deslize", alertou o presidente eleito (assume em dezembro) do sindicato, Benílson Custódio, destacando que até agora a categoria vem se saindo vitoriosa.
Chamado para assessorar os rodoviários, o advogado Ricardo Estevão ressaltou a importância da mobilização, mas desaconselhou novas paralisações agora. "Qual categoria teve 10% de aumento em Pernambuco nos últimos anos?", questionou, complementando que os rodoviários estão numa nova era, ao trocar uma diretoria que se mantinha no poder há 30 anos e agora precisam se organizar para continuar avançando. "Do ponto de vista jurídico, só vou saber que tipo de medida podemos tomar após publicação do acórdão do TST, mas, além de um recurso ao próprio TST, há uma possibilidade mínima de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), pois ele só julga causas constitucionais. É preciso ter responsabilidade para não se perder o que foi conquistado."
O cobrador Joaquim de França reforçou a posição. "Este ano fizemos a maior revolução que poderíamos fazer. Não é momento para agirmos de forma emocional. Se radicalizarmos, perderemos o apoio da população e da Justiça", ponderou. Outros rodoviários defenderam a greve, e surgiu, até, uma proposta para deflagrá-la nos dias de eleição.
Os rodoviários haviam conquistado os 10% sobre salário e 75% sobre o tíquete-alimentação em julgamento do TRT-PE, no dia 30 de julho, após três dias de greve. Mas o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) recorreu da decisão, que passou para as mãos do TST, que manteve o valor do salário e benefícios sociais, mas reduziu o reajuste do tíquete.
Fonte: Jornal do Commercio
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