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Coluna do Sindifisco-PE: A Guerra das Vacinas

25 de janeiro de 2021

Nos últimos dias estamos vivenciando uma guerra de narrativas, onde, ao que parece, o que menos importa é a população brasileira. Tendo em mente que a Nação, como um grupo de indivíduos fixados em um território, ligados por laços históricos, culturais, econômicos e linguísticos de um lado, e do outro, o Estado como conjunto de poderes políticos que administra essa Nação.

 O que temos visto ultimamente é um completo descaso do Estado pelo seu bem mais importante, qual seja, seu povo. Não importa a ideologia política de cada brasileiro, o que vemos é um festival de insanidades apenas com interesses político-eleitorais em 2022. Pessoas morrendo diariamente no maior Estado em extensão no país por falta de ar (um insumo básico de nossa vida, o oxigênio é o que faz a existência da espécie humana), sem que se tomem as medidas necessárias a darem termo a uma calamidade dessa envergadura, uma verdadeira vergonha mundial. Mas, em matéria de vergonha mundial, parece que estamos ficando especialistas. Não basta o desmatamento, o óleo nas praias, o extermínio de povos indígenas etc.

 Agora estamos deixando o nosso povo literalmente sufocado. Em meio a toda essa tragédia, vimos como de relance, uma esperança, mesmo que breve, de que tudo iria melhorar, teríamos a tão esperada vacina que traria esperança a essa nação já sofrida ao extremo. Vimos pousar aqui no Recife um avião que traria milhões de doses da esperada Vacina da Oxford/AstraZeneca que vem sendo processada e desenvolvida pela Fiocruz, no Rio de Janeiro. Teríamos também, apesar de toda a guerra do governo federal contra, a Vacina Coronavac da Sinovac, produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo. O Ministério da Saúde falava então em trezentas milhões de doses, o que daria para imunizar cento e cinquenta milhões de brasileiros ou 70% da população, índice necessário, segundo a ciência, para a tão esperada imunidade de rebanho. Mas o que vimos em seguida foi o pior dos pesadelos, com a Índia, maior produtora mundial de vacinas e na qual funciona a AstraZeneca, se recusando a enviar o prometido lote, o avião que estava aqui, no Recife, indo levar oxigênio para o Amazonas, dadas as mortes aos montes por lá.

 A Anvisa demorando a aprovar os pedidos, e quando finalmente os aprovou, tínhamos apenas 6 milhões de doses da Coronavac produzidas pelo Butantan, que daria para apenas 3 milhões de pessoas. Fomos, em poucos dias, do céu ao inferno, pois essa quantidade não cobria sequer os profissionais que atuam na linha de frente do Covid-19, nem os idosos com mais de 80 anos, a prioridade das prioridades. E para que viéssemos a produzir as vacinas, seria necessário o envio do IFA – Vírus Inativo do Covid, ingrediente indispensável à produção, o qual por ironia do destino apenas a China pode fornecer no momento.

 Poxa, mas que azar, não é? Logo a China, aquela que estava fazendo vacina que transformava as pessoas em jacaré, aquela que vivia em guerra comercial com Trump, nosso ídolo americano… pois é… ela mesma. Agora a salvação dependia dos chineses, que até uns anos atrás, 2018 para ser mais preciso, era nosso maior parceiro comercial, aquele povo, ironizado pelo antigo ministro da educação (com minúscula mesmo) pela sua fala, como um personagem de Maurício de Souza.

 Agora as vidas dos brasileiros (já se perderam mais de DUZENTAS E DEZ MIL VIDAS – é como se fossem abatidos, em pleno vôo, 1.178 Boeings 737-800 lotados de passageiros e tripulação) passaram a depender daqueles inimigos do bolsonarismo, infiéis, enganadores, Xing ling, e por aí vai. Mesmo diante da gravidade dessa situação, nosso embaixador fez pouco caso da situação, atribuindo isso que está acontecendo a “pequenos problemas momentâneos”.

 Até quando essa minimização da importância da vida por nossas autoridades? Precisamos urgentemente de um choque de seriedade de nossos governantes! TODOS SÃO RESPONSÁVEIS PELA SITUAÇÃO, não importa a esfera, se federal, estadual ou municipal. Apenas se pararem de brigar por interesses pessoais e passarem a pensar no MAIOR objetivo da nação, que é o seu povo, conseguiremos vencer esse inimigo invisível que está destruindo nossa sociedade.

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