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Cartão ganha espaço na carteira e vai movimentar R$ 800 bilhões

29 de outubro de 2012
Os cartões de crédito, débito e de lojas despontam atualmente como os mais populares meios de pagamento eletrônicos do mercado brasileiro. Devem encerrar o ano com o total de 746 milhões de plásticos, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). O faturamento previsto é de R$ 812 bilhões, 21% superior ao de 2011. O volume de transações deve ser superior em 17% às operações do ano passado, atingindo 9,7 bilhões.
 
"A indústria brasileira de cartões cresce acimade20% nos últimos dez anos,com o fortalecimento da economia e ascensão das classes mais baixas", afirma o presidente da Abecs, Cláudio Yamaguti. "Nos próximos cinco anos, o faturamento deve dobrar para R$ 1,6 trilhão e atingir R$ 3 trilhões em 2021", reforça.
 
Esse crescimento deverá ser puxado pelas operações com cartões de débito, que mantêm tendência de alta maior do que os cartões de crédito e de lojas. Até junho, a movimentação financeira dos cartões de débito subiu24%sobre o período de janeiro a junho do ano passado, contra crescimento de 21% dos cartões de crédito e de 16% dos de loja. Em transações, o cartão de débito também lidera o crescimento. Até junho, totalizaram 1,9 bilhão de operações, 20% superiores às de janeiro a junho de 2011. No mesmo período, cartões de crédito e de loja subiram 15% e 12%, respectivamente.
 
Para o presidente da Abecs, a menor resistência no uso e aceitação de cartões de crédito e de débito em operações de valores mais baixos vai contribuir para o avanço das transações e do faturamento nos próximos anos. "Essa mudança de hábito acontece aos poucos, a cada ano", ressalta. Segundo ele, a praticidade e a segurança dos cartões vão rompendo o preconceito. "As próprias bandeiras fazem campanha para incentivar o uso o cartão", diz Yamaguti, lembrando a propaganda da Visa.
 
Estudo da Mastercard aponta que omercado de cartões de débito no Brasil deve dobrar até 2016, atingindo R$ 493 bilhões. O tíquete médio já vem diminuindo. No ano passado, era de R$ 54, contra R$ 62 em2011. De acordo com a Mastercard, isso já demonstra a penetração do débito em transações de menor valor, substituindo o dinheiro, meio preferido nas compras abaixo de R$50. Há oportunidades para o avanço do uso de débito em padarias, restaurantes, bancas de jornais, bares, táxis, feiras livres etc. "No primeiro semestre, o volume de transações com débito da nossa marca cresceu 17,3% em todo o mundo, atingindo US$ 8,48 bilhões, contra crescimento de 14,2% dos cartões de crédito", informa o vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Mastercard Brasil e Cone Sul, Alexandre Magnani.
 
O presidente da Abecs lembra que o cartão de débito ainda é mais utilizado para saques do que para compras. Pesquisa do BC, em 2010, mostra que 82% do uso do cartão de débito é para saque e 18% para compra. "Nos EUA,75% são para compra e 25% para saque", compara.
 
Segundo pesquisa da Visa, o percentual de pessoas que possuem cartão de débito passou de 63% em 2010 para 72% em 2011. A conclusão é de que cada vez mais brasileiros migram do papel para meios eletrônicos pela segurança, confiabilidade e conveniência. O cartão de débito também seria um importante instrumento de inclusão financeira.
 
Para Yamaguti, a inclusão poderá ser feita aindade forma mais prática com os cartões pré pagos de uso geral. "São recarregados conforme a necessidade e ainda permitem que não correntistas tenham acesso a meios eletrônicos de pagamento." Sem contar o avanço dos pagamentos móveis via celular e smartphones.
 
"Deixamos de ser uma companhia de cartões para nos tornar uma empresa de tecnologia em meios de pagamento", argumenta Magnani. Ele conta que desenvolveram duas opções de pagamentos móveis: o MasterCardMobile e o MasterCardMobile PayPass. O primeiro usa SMS, presente em qualquer celular. O segundo funciona em smartphones, por aproximação, usando a tecnologia Near Field Communication (NFC).
 
Desde 2011, lidera projeto-piloto em Fortaleza (CE) com o MasterCardMobile, focado em pessoas de baixa renda. "O consumidor realiza o pagamento enviando um SMS ao lojista, que recebe outro de volta confirmando o pagamento", explica. A Mastercard ainda possui em seu portfólio cartões "pré-pagos", que podem ser adquiridos até por quem não tem conta bancária para recebimento de salários, fazer compras e outras despesas do dia a dia. Pesquisa da empresa sinaliza que os cartões "pré-pagos" no Brasil representam um mercado de US$ 3 bilhões e podem chegar a US$ 67 bilhões em 2017. 

Fonte: Brasil Econômico

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