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BNDES supera meta de financiamento em 2012

23 de janeiro de 2013
RIO – Em um ano de fraco crescimento econômico e com os investimentos em queda, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) injetou R$ 156 bilhões na economia, segundo dados anunciados ontem. Foi superada a estimativa de liberar cerca de R$ 150 bilhões. O BNDES desembolsou R$ 34,2 bilhões em dezembro, recorde para o mês.
 
No total de 2012, os recursos liberados para os projetos em carteira ficaram 5,4% acima de 2011 em termos reais (considerando a inflação). Enquanto isso, as estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) estão em 1% e a formação bruta de capital fixo (FBCF, soma dos investimentos na economia) acumulava recuo de 4% até o terceiro trimestre.
 
Segundo o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o desembolso recorde em dezembro deveu-se a uma antecipação na busca por empréstimos do Programa de Sustentação dos Investimentos (PSI) e às primeiras liberações do Programa de Apoio ao Investimento dos Estados e Distrito Federal (Proinveste), linha de financiamento de R$ 20 bilhões para os governos estaduais.
 
A antecipação foi causada pelo aumento dos juros do programa para financiamento de máquinas e equipamentos, de 2,5% para 3%, a partir de 1º de janeiro. "Estamos no caminho de acelerar os investimentos", afirmou Coutinho. Segundo ele, dezembro seria forte mesmo sem os fatores citados.
 
Até o terceiro trimestre, o ritmo de liberação de empréstimos do BNDES vinha em queda. Apesar da virada na trajetória, os críticos duvidam que a ação do banco será capaz de impulsionar a taxa de investimentos – a medida da FBCF em comparação ao PIB. O argumento principal é que, apesar da alta de 81,4% no valor liberado pelo banco de 2007 a 2012, a taxa não subiu significativamente.
 
"Boa parte desses investimentos seria feita de qualquer maneira. Mas se o empresário tem uma fonte de financiamento mais barato, por que não usá-la?", Afirmou Maurício Canêdo, pesquisador do Ibre/FGV.
 
Segundo o presidente do BNDES, o descompasso entre o ritmo de liberação de recursos e o comportamento da formação bruta pode ser explicado porque o banco não abrange todo o investimento na economia – a construção civil, por exemplo, fica fora do escopo do BNDES. "O desembolso (do banco) tem sim um papel importante na indução dos investimentos", disse.
 
Além disso, Coutinho classificou a ação de programas como o Proinveste como anticíclicas, ou seja, acionadas para incentivar a economia em momentos de desaceleração. Isso ocorreu na crise de 2008 e foi repetido agora.
 
Para Júlio Gomes de Almeida, ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, o deslocamento do crédito privado pelo BNDES não é necessariamente ruim. "No Brasil, as fontes de financiamento privado são ruins, caras e escassas. Se o empresário economiza no crédito, tem mais recursos para capital de giro", disse. Para Almeida, sem o BNDES o investimento cairia ainda mais.

Fonte: Jornal do Commercio

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