BRASÍLIA e RECIFE – O governo federal autorizou ontem o reajuste de até 6,31% nos valores dos medicamentos com preço controlado vendidos em todo o País. Até o final da próxima semana, os consumidores devem sentir no bolso a conta mais cara.
Por meio de resolução publicada no Diário Oficial da União, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) definiu o aumento de acordo com três faixas. O Cmed é um órgão do governo formado por representantes de diversos ministérios.
No caso dos medicamentos classificados no nível 1, referentes às classes terapêuticas com participação de genéricos em faturamento igual ou superior a 20%, haverá o maior reajuste, de 6,31% – equivalente à inflação medida pelo IPCA nos 12 meses encerrados em fevereiro. Nesta categoria, encontram-se medicamentos de uso popular e frequente, como omeprazol (utilizado no tratamento de gastrite e úlcera) e amoxilina (antibiótico mais usado no tratamento de infecções urinárias e respiratórias).
Na segunda categoria, de classes com participação de genéricos em faturamento igual ou superior a 15% e abaixo de 20%, o aumento será de 4,51%. Por último, na classe de nível 3, com participação de genéricos em faturamento abaixo de 15%, o reajuste será de 2,70%.
Os critérios para a elevação dos preços, que ocorre anualmente, foram divulgados no último dia 12 pela Câmara de Regulação e consideram, além da inflação, os ganhos de produtividade das empresas e o preço dos insumos usados na produção dos remédios.
No Recife, alguns estabelecimentos indicam que a atualização dos preços só foi realizada até o momento em alguns medicamentos que foram comprados a partir do dia 1º deste mês.
A Drogaria Universitária, na Várzea, já atualizou o preço de alguns medicamentos, a partir do reajuste repassado pelos fabricantes.
Outras duas farmácias do centro do Recife afirmaram que o reajuste será realizado quando receberem a lista atualizada com os preços dos medicamentos. Já a Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico (ABCFarma), que publica a lista de medicamentos com os preços atualizados, deve enviar a nova tabela para as farmácias até o final da próxima semana.
MERCADO EM ALTA
Impulsionado pelas classes B e C, o comércio de medicamentos deve crescer 12% e movimentar R$ 70 bilhões em 2013, segundo levantamento do Ibope Inteligência. A classe C é responsável por quase metade do consumo de remédios no País, com um potencial de consumo de R$ 32 bilhões (45% do total).
A classe B deve gastar neste ano R$ 24 bilhões (34%), as classes D/E, R$ 8,6 bilhões (12%) e a A, R$ 6,6 bilhões (9%).
Fonte: Jornal do Commercio