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Aumento da mistura em junho

22 de janeiro de 2013
O aumento do percentual de etanol anidro na mistura com a gasolina, dos atuais 20% para 25%, deve ficar para junho. A presidente Dilma se reúne amanhã com técnicos do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para discutir o assunto. Ontem, representantes da cadeia produtiva apresentaram os números da produção de etanol ao governo e garantiram a oferta do produto. A mistura a 25% eleva o consumo de anidro de 8 bilhões para 10 bilhões de litros. 
 
O percentual foi reduzido de 25% para 20% em 2011, devido à quebra de safra provocada pela crise econômica nos anos 2008 e 2009. Agora o governo avalia retomar a mistura anterior com objetivo de reduzir as importações de gasolina, que tem sido repassada para os consumidores com preços abaixo do mercado internacional, o que inclusive tem levado a Petrobras pleitear um reajuste de 7%. 
 
Por conta da seca, a safra do Nordeste ficou prejudicada neste ano. Há regiões em que a queda na produção chega a 50%, caso da Mata Norte de Pernambuco, segundo relata Alexandre Andrade, presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana. De acordo com Renato Cunha, presidente do Sindicato da Indústria de Açúcar e do Álcool de Pernambuco, as usinas, que no ano passado chegaram a moer 65 milhões de toneladas, devem terminar fevereiro com saldo de 48 milhões de toneladas. 
 
Apesar dos problemas no Nordeste, a produção de etanol no Centro-Sul do país tem condições de dar conta do aumento do percentual de anidro na gasolina, garantiram ontem os usineiros durante reunião com o governo. “A produção de anidro no Centro-Sul cresceu 18,43%. Isso deixou um estoque de etanol suficiente para atender à demanda de anidro até o início da próxima safra nesta região, que se inicia em abril”, afirma Renato Cunha.
 
A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, chegou a divulgar que a nova mistura valeria a partir de abril. “O importante é que o governo decida isso logo para que os produtores possam planejar a sua produção”, defende Cunha. O aumento do percentural de anidro vem a calhar, pois o açúcar está se desvalorizando. “Como antes a remuneração era melhor, muitas usinas direcionaram a produção de cana para o açúcar. Isso gerou um excedente de 9 milhões de toneladas no mundo, derrubando os preços do produto”, conta Alexandre Andrade.

Fonte: Diario de Pernambuco

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