A queda de braço entre funcionários públicos estaduais e o Governo do Estado em torno de aumentos salariais deve ficar mais quente por estes dias. Como o governo assinou o Programa de Ajuste Fiscal (PAF), na semana passada, com o Tesouro Nacional e acabou com uma folga de R$ 266 milhões em caixa para gastar com pessoal, uma vez que o PAF determina que os gastos com pessoal não podem ultrapassar 55,57% da receita corrente líquida do Estado. A queda de braço, porém, está no fato de que R$ 160 milhões já estariam comprometidos com reajustes concedidos no ano passado. Restariam, portanto, R$ 106 milhões para novos gastos com o funcionalismo. A folha de pessoal chega a cerca de R$ 280 milhões. O pleito dos servidores, caso todo conjunto de reivindicações o venha a ser atendido, pode resultar em um incremento de até 50% sobre este valor. De um lado, o governo diz que não pode quebrar os limites acordados, do outro lado os servidores não gostaram nem um pouco do anúncio feito. O próximo round está marcado para o dia 21, quando uma proposta definitiva deverá ser apresentada. A única coisa que realmente não dá para acontecer é fazer com que a população pague esta conta, seja na forma de greves ou de menos investimentos para setores essenciais.

Fonte: Folha Econômica