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Alimentos estouram a inflação

11 de abril de 2013
RIO – A inflação acumulada em 12 meses estourou, em março, a meta estipulada pelo governo (6,5%), aumentando a pressão de economistas e do mercado por uma resposta do Banco Central (BC), com o aumento na taxa básica de juros (Selic, hoje em 7,25%). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador utilizado na meta, atingiu 6,59% em 12 meses, a maior taxa desde novembro de 2011, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em março, a elevação foi de 0,47%.

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que decide o rumo da taxa de juros, acontecerá na semana que vem. Na avaliação da economista Priscila Godoy, da Rosenberg & Associados, o BC será contraditório se não elevar a Selic após o IPCA superar o teto da meta. "Ficaria um sinal de que a meta está um pouco esquecida", disse Priscila, embora outros economistas vejam o BC mais propenso a deixar a alta da Selic para maio, como Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), e Solange Srour, do BNY Mellon ARX.

 
Os alimentos foram os principais responsáveis pelo estouro da meta, respondendo por cerca de 50% da inflação em 12 meses. A taxa do IPCA veio mais comportada em março, mas os preços dos produtos alimentícios ainda subiram de forma considerável no mês, a despeito dos esforços do governo.
 
"O efeito da desoneração de itens da cesta básica, anunciada no início de março, ainda não pôde ser percebido com clareza", segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE. "Com certeza algum efeito houve, no sentido de reduzir a taxa de crescimento em produtos específicos, tanto que você pode ver que vários produtos desaceleraram (o ritmo de aumentos). Mas outros eventos ocorreram", notou Eulina.
 
Outras contribuições para o alívio nos preços, segundo Eulina, são as previsões de safra recorde em 2013, com aumento de produção de soja e arroz, além da melhora nas condições climáticas dos Estados Unidos e da Argentina, que influenciam a cotação dos alimentos no País. Produtos beneficiados pela desoneração figuraram na lista de maiores quedas entre os itens alimentícios em março: açúcar cristal, carnes, óleo de soja e açúcar refinado. No entanto, todos tinham registrado deflação em fevereiro.
 
A conta de luz voltou a subir no mês, depois dos esforços do governo para cortar em 18% o valor da tarifa. Mas Eulina frisou que a redução do preço da eletricidade nos dois primeiros meses do ano ainda está segurando o IPCA. "Os aumentos (de março) vieram sobre um preço mais baixo. Embora no IPCA de março tenha tido um impacto, as pessoas estão de fato pagando 18% menos", disse a coordenadora do IBGE. 

Fonte: Jornal do Commercio

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