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Uma luz no fim do túnel

20 de março de 2015

Em meio a uma crise sem precedentes, a Petrobras, maior empresa do Brasil, estuda vender parte de seus ativos para recuperar caixa e a própria credibilidade. Ontem, a agência de notícias Bloomberg informou, com base em dados de pessoas ligadas ao negócio, que a estatal estuda se desfazer de parte da BR Distribuidora, dona da maior rede de postos do País, da TAG (Transportadora Associada de Gás) e até mesmo os navios utilizados pela Transpetro.

O plano, que agrada investidores externos e internos, é vender parte do patrimônio num montante de US$ 13,7 bilhões (R$ 40 bilhões) até o ano que vem.

O que num primeiro momento aparenta ser uma espécie de privatização de ativos, para analistas, é a melhor forma que a companhia tem para levantar capital. Com a "corda no pescoço" por causa do seu plano de investimentos no pré-sal, a empresa está sem poder captar no mercado de capitais por causa dos escândalos de corrupção e ingerência política. Perdeu o selo de boa pagadora porque não apresentou um balanço auditado do terceiro trimestre de 2014.

"Atualmente o fluxo de caixa da empresa, gerado por suas operações, não conseguem suprir o cronograma de investimento, o maior do mundo (R$ 80 bilhões só para 2015)", diz o economista da Multinvest Guilherme Canavarro. Esse plano já foi reduzido em 30% pela nova diretoria, incluindo a suspensão das obras da segunda fase da Refinaria Abreu e Lima. Além dos investimentos pesados, a companhia também tem a maior dívida líquida corporativa do mundo, informada em R$ 241 bilhões, sendo que cerca de US$ 56 bilhões poderão ser cobrados até junho, caso ela não apresente um balanço auditado livre dos custos da corrupção. Essa cobrança significa mais do que o dobro que a empresa teria em caixa, cerca de US$ 25 bilhões.

Apesar de a venda de ativos ser uma alternativa considerada positiva diante da atual situação da empresa, esta não é a melhor hora para realizar a oferta. "O momento não é favorável para venda de ativos no ramo petrolífero por causa da queda no preço do petróleo, que chegou a US$ 43 (barril) em fevereiro. Os ativos das petrolíferas estão desvalorizados", analisa Canavarro.

Para o coordenador de economia da Faculdade Boa Viagem (FBV), Antonio Pessoa, a decisão de vender seus bens não pode ser encarada como uma privatização. Primeiro porque os ativos que serão negociados não fazem parte da atividade-fim da empresa (exploração e produção de petróleo) e também porque o dinheiro arrecadado com essas operações serão integralizados ao caixa da empresa, mantendo, dessa forma, o patrimônio. "A Petrobras vai se desfazer de ativos que não são estratégicos", comenta. Além disso, pelo volume de recursos anunciados pela companhia, US$ 13,7 bilhões (R$ 40 bilhões), a intenção não é de vender o controle acionário de nenhuma das empresas do grupo. Só a BR Distribuidora é avaliada, a grosso modo, em R$ 45 bilhões.

Segundo a Bloomberg, Citigroup e o Bradesco são os bancos que assessoram a venda de uma fatia da BR Distribuidora. Já o Santander estaria trabalhando na venda da TAG. O Bradesco estaria trabalhando para auxiliar a Petrobras a vender usinas de geração térmica a fundos de investimento e de pensão que buscam fluxos de caixa de longo prazo.

Também estaria sendo avaliada a venda de operação no Golfo do México, com ajuda do BNP Paribas, e os postos de combustíveis na América Latina.

Fonte: Jornal do Commercio

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