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Um dia para ficar na história

2 de outubro de 2006

 

O resultado da eleição para o governo de Pernambuco é histórico. Pela primeira vez, haverá segundo turno. Pela primeira vez, não existe favorito. Candidato à reeleição, o governador Mendonça Filho (PFL) disputará um novo mandato com o deputado federal Eduardo Campos (PSB) no dia 29 de outubro. Será um acerto de contas com o passado. Em 1998, os dois se enfrentaram como coadjuvantes da disputa entre o então candidato de oposição Jarbas Vasconcelos (PMDB) e o ex-governador Miguel Arraes (PSB). Mendonça acabou o dia de ontem com 1.577.500 (39,32% dos votos válidos); Eduardo conquistou 1.356.520 (33,81% dos válidos). O ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT) ficou com 1.008.520 (25,14% dos válidos). A derrota de Humberto, a ascensão de Eduardo e o enfraquecimento da coligação de Mendonça dão nova arrumação ao quadro político do estado.

A apuração oficial sequer tinha sido encerrada quando, às 20h, a polêmica sobre a operação dos precatórios foi reaberta. A venda de títulos públicos (os chamados precatórios) contribuiu para a derrota de Arraes (avô de Eduardo) e para sucumbir o PSB por mais de cinco anos. A retomada deste tema se deu no primeiro pronunciamento público de Mendonça, no seu comitê. É o mais forte indício de que o pernambucano verá uma campanha acirrada. O eleitor ficará diante de uma discussão sobre o passado e o que representa o futuro. Os guias eleitorais devem ser exibidos 48 horas depois da proclamação dos eleitos (quarta ou quinta).

O cenário de segundo turno entre Mendonça e Eduardo levanta outros dois questionamentos: um sobre a influência das propagandas e outro sobre a veracidade da tese do andor. Conduzido por Jarbas, Mendonça chegou ao fim da campanha com menos do se previa para ele. Apoiado pelo presidente Lula, Humberto perdeu. Com o insucesso do ex-ministro da Saúde Humberto Costa, o PT fica sem a perspectiva de poder e sem a chance de liderar um bloco de oposição ao já consolidado bloco PFL-PMDB-PSDB. Independentemente do resultado do 2º turno, Eduardo se cacifa para conduzir os partidos de oposição. A prorrogação da eleição para um segundo turno significa, para o grupo de Mendonça, um alerta quanto à hegemonia de uma força política.

A eleição – Em Pernambuco, onde mais de 4,7 milhões de eleitores foram às urnas, o dia foi marcado pela frieza das ruas. Faltou o colorido e, principalmente, a emoção. A rigidez no combate à boca-de-urna inibiu a distribuição de panfletos e a movimentação nas proximidades das zonas eleitorais.

O TRE-PE recebeu 140 denúncias. Os fiscais da justiça apreenderam bandeiras, placas e cartazes. Apenas sete casos precisaram de intervenções mais sérias, sendo quatro prisões. O mais grave registrado foi de compra de votos para o candidato a deputado estadual, André Luiz Farias (PTB). A militante Rivani Nazário do Espírito Santo será encaminhada à colônia penal do Bom Pastor sob a acusação de crime eleitoral. Ela foi detida com R$ 212 e estava supostamente comprando o voto por cerca de R$ 15.

O processo – Foram eleitos 49 deputados estaduais e 25 deputados federais e um senador – Jarbas Vasconcelos, do PMDB, venceu com 2.030.185 (56,13% dos votos válidos). Em Pernambuco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conquistou 2.992.464 votos (70,93% do total) e o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, ficou com 964.331 votos (22,86%). Os dois também concorrerão em um segundo turno. Às 20h13, 90% dos votos de Pernambuco já tinham sido contabilizados. A totalização atrasou em razão de falhas em urnas eletrônicas nos municípios de São José do Belmonte, Paulista, Recife e Gravatá. No total, 152 urnas foram substituídas, das quais 10 por cédulas de papel, que foram apuradas nas próprias seções.

Fonte: Diário de Pernambuco

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